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Internacional

Debate sobre o uso de cama de frango nos cochos de gado esquentam no EUA

Debate sobre o uso de cama de frango nos cochos de gado esquentam no EUA

As preocupações sobre a propagação da infuenza aviária às vacas leiteiras nos EUA levaram o senador Cory Brooker (democrata de Nova Jersey) a introduzir a lei “Proibição de fezes nos cochos dos rebanhos”, que visa eliminar a prática de alimentar vacas com cama de galinha em confinamentos e laticínios em grande escala. Esta prática, proibida no Reino Unido e no Canadá, é permitida nos EUA e tem levantado alarmes de saúde pública devido ao risco de propagação de doenças de galinhas para vacas.

A Lei NO SHT pretende proibir a adição intencional de excrementos à alimentação animal e a fabricação ou introdução no comércio interestadual de rações animais contendo excrementos. Brooker argumenta que devemos pôr fim às práticas insalubres da agricultura industrial que priorizam os lucros em detrimento da saúde pública, incluindo a alimentação do gado com cama de aves. Ele considera essa prática irresponsável e cruel, afirmando que um sistema alimentar saudável não pode conter práticas que representam um perigo para a saúde humana e animal.

Brooker foi apoiado por diversos especialistas científicos, incluindo Steve Van Winden, professor associado de Medicina Populacional no Royal Veterinary College do Reino Unido, que afirmou que a alimentação de vacas de corte com cama de aves é um fator conhecido na causa do botulismo em bovinos e um risco no caso de H5N1. Brian Ferguson, professor associado de Imunologia da Universidade de Cambridge, acrescentou que a gripe pode ser transmitida pelas vias fecal-oral, tornando possível que galinhas infectadas com H5N1 transmitam o vírus vivo através das fezes, que o gado então consome. Bill Bullard, CEO da RCALF, e Michael Kovach, presidente do Sindicato dos Agricultores da Pensilvânia, também expressaram preocupações semelhantes, destacando que a prática de alimentar intencionalmente o gado com “cama de galinha” é especialmente imprudente durante o atual surto de gripe aviária altamente patogênica, devido à sua capacidade de cruzar espécies com bovinos e humanos.