Depois do meu ultimo artigo, sobre as entradas de ar, recebi alguns comentários e questionamentos de leitores sobre um tópico mais específico dentro desse mesmo assunto. O resfriamento evaporativo na entrada de ar.
Para sanar algumas duvidas e ajudar outros leitores que possam se interessar vou adiantar um pouco meus planos e comentar sobre os mais comuns tipos de entrada de ar que fazem o resfriamento evaporativo.
Primeiramente quero lembra-los que o que deve ser considerado na escolha do equipamento é o resultado que ele trará no conforto dos animais e resultado do lote.
Os diferentes equipamentos tem capacidades únicas e a sua utilização deve ser calculada para atingir o resultado necessário para o bom desempenho do lote.
E o calculo do equipamento deve ser específico para a sua situação. A mesma entrada de ar, em situação diferentes (de temperatura, umidade ou velocidade de passagem do ar pelo equipamento) trará resultados diferentes. Portanto o calculo deve ser individualizado para atingir um bom resultado do equipamento, bem como um resultado adequado no lote.
As três entradas de ar , com capacidade de resfriamento evaporativo mais comuns no mercado brasileiro são:
Painel de Celulose
Painel de Plástico (Foto: Universidade da Georgia – EUA)
Parede Cerâmica (Tijolinho. Foto: Aviagen)
Muitos são os fatores para decidir qual terá o melhor desempenho no aviário. Os principais fatores que devem ser levados em consideração são:
– Eficiência de esfriamento, composto por curvas de eficiência em determinadas condições de uso.
O Gráfico a seguir relaciona a eficiência evaporativa com a velocidade de passagem do ar, em diferentes espessuras de painel evaporativo ( 4 , 6 , 8 , 12 , 18 e 24 polegadas) .
– Perda de carga, composto por curvas de perda de carga em determinadas condições de uso.
O gráfico a seguir relaciona a perda de carga com a velocidade de passagem do ar, em diferentes espessuras de painel evaporativo ( 4 , 6 , 8 , 12 , 18 e 24 polegadas) .
Com essas informações, e as condições de temperatura e umidade local e temperatura e umidade desejadas, já é possível determinar quais sistemas serão capazes de atender a necessidade do aviário.
Nessa primeira etapa devemos ter muita atenção na analise das informações. Muitos equipamentos não tem essas curvas bem definidas por estudos científicos. Outro ponto que deve ser visto com muito cuidado é que equipamentos similares tem desempenhos diferentes.
Para citar um exemplo, painéis evaporativos de mesma marca, mas com ângulos diferentes (30° x 30° ou 15° x 45°) já tem resultados diferentes. Portanto na compra do produto, o produtor deve estar bastante atento. O dimensionamento feito com o produto “A”, não deve ser o mesmo que o feito com o produto “B”, pois isso pode levar a resultados insatisfatórios no aviário. Especialmente quando comparando marcas diferentes.
Com a definição de quais equipamentos são capazes de atender a sua necessidade, devemos proceder para o dimensionamento do equipamento. Esse dimensionamento deve ser assessorado pelo fornecedor do equipamento de forma a mostrar o resultado obtido na eficiência evaporativa e na perda de carga resultante.
Isso vai determinar a quantidade de equipamento para comprar não só na entrada de ar, como ira compor os cálculos para os demais equipamentos de ventilação.
Com a definição dos equipamentos e seu correto dimensionamento podemos começar a comparar os valores. Os valores do investimento inicial, da instalação, das eventuais reposições e comparando o resultado que ele trará para o lote.
Por fim sugiro comparar a vida útil de cada equipamento, lembrando que a “vida útil” do equipamento é diferente da “vida” do equipamento. Os equipamentos, todos eles, tem desgaste com o tempo. Procure se informar a respeito com quem já tem o equipamento e com os trabalhos técnicos a respeito.
Os resfriadores evaporativos são parte significativa do investimento em climatização, vale a pena estudar o assunto!
Vou encerrar com o mesmo comentário do ultimo artigo :
As entradas de ar devem ser cuidadosamente calculadas para que todos os animais tenham uma boa qualidade de ar em todos os períodos do crescimento e em todas as condições climáticas.