Cientistas do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade de Agricultura, em Faisalabad, Paquistão, apontam que a valorização dos resíduos provenientes do abate de aves é uma estratégia essencial para atender à crescente demanda por proteínas e mitigar impactos ambientais.
Os métodos convencionais para lidar com esses resíduos incluem incineração, compostagem, fabricação de fertilizantes e produção de farinha de aves ou peixes, processos que contribuem para a emissão de gases de efeito estufa, eutrofização e poluição do ar e da água. Diante disso, a comunidade científica busca alternativas às fontes tradicionais de proteínas de mamíferos, visando sustentar a população mundial em crescimento, especialmente em um cenário de mudanças climáticas.
Uma revisão recente destacou as características das proteínas estruturais—como colágeno, gelatina e queratina—extraídas de resíduos avícolas, comparando-as com suas contrapartes bovinas. Os pesquisadores constataram que essas proteínas avícolas possuem características nutricionais e funcionais comparáveis ou superiores às de origem bovina, tornando-as potenciais substitutas em diversas aplicações, incluindo alimentos e produtos biomédicos.
Os resíduos do abate de aves, como penas, pele, pés, traqueia e cabeça, compõem aproximadamente 7-8% do peso corporal dos frangos de corte, resultando em cerca de 9,5 milhões de toneladas de subprodutos anualmente. Esses subprodutos são ricos em proteínas colágenas e queratínicas, com potencial para substituir fontes convencionais, como a pele de porco, que enfrenta restrições devido a questões religiosas e sanitárias.
O artigo foi publicado na revista Trends in Food Science and Technology, disponível na Science Direct.