Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Exportação

Frango no exterior

Cortes especiais do frango paranaense impulsionam exportação. Segundo o Sindiavipar, um dos principais focos é o Oriente Médio.

Frango no exterior

Cortes específicos de frango, de acordo com os hábitos de consumo e a cultura de cada região, fazem parte das estratégias da indústria avícola para impulsionar a exportação. Neste sentido, um dos principais focos das empresas paranaenses é o Oriente Médio. Segundo o Sindicato das Indústrias Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), dos dez maiores mercados consumidores da carne de frango do Paraná, quatro são daquela região: Arábia Saudita, Emirados Árabes, Kuwait e Egito, que juntos respondem por 32,90% de participação no volume das exportações paranaenses em 2009.

Para o presidente do Sindiavipar, Domingos Martins, essas alternativas de mercado estimulam as exportações paranaenses de frango de corte. “O Oriente Médio é hoje o nosso principal mercado consumidor. Para desenvolver parceiros e fortificar mercados, muitas empresas vêm descobrindo nichos de mercado, como a produção específica, para estimular suas vendas externas”, constata.

No caso da Frangos Canção, de Maringá, o Oriente Médio é o destino de 50% das cerca de 3,5 mil toneladas exportadas mensalmente. Na lista estão países como Emirados Árabes, Oman, Qatar, Bahrein, Kuwait, Iraque, Iêmen, Síria e Líbano. Uma pesquisa de mercado detectou o que esses consumidores queriam. “”Não inventamos nada. Fomos até o Oriente Médio, fizemos um estudo sobre os hábitos de consumo e trouxemos isso para a nossa planta. Esse trabalho é feito sempre que existe a intenção de abrir um novo mercado””, explica Edemir Trevizoli Júnior, gerente de exportação da Frangos Canção.

Nessa linha de cortes estão o frango inteiro desossado, conhecido como shawarma – o mesmo nome de um lanche tradicional entre os árabes, também chamado de churrasco grego no Brasil -, e a coxa e sobrecoxa sem osso e sem pele. Existe uma equipe treinada para executar esse serviço. O shawarma é o corte mais trabalhoso e que exige maior habilidade por parte dos funcionários.

Lá fora, segundo Trevizoli Júnior, os cortes especiais são comprados por restaurantes e hotéis para o preparo de pratos mais elaborados. Mas os cortes populares no Brasil (a passarinho, por exemplo) também têm mercado no Oriente Médio. “”Além dos especiais, mandamos para lá os cortes em bandejas, que vão para as gôndolas dos supermercados””, observa.

Em 2008, o Oriente Médio comprou cerca de 8,5 mil toneladas de frango da empresa de Maringá. Hoje, a empresa produz 250 toneladas/mês de shawarma, 2 mil toneladas/mês de frango inteiro especial e 220 toneladas/mês de perna desossada. “”São cortes finos, dentro de características e pedidos feitos especificamente para determinado local. Dessa forma, otimizamos a nossa produção, indo ao encontro com o que o mercado internacional está precisando””, contextualiza o gerente de exportações.

Valor agregado

Para a indústria avícola, além de abrir novos mercados, a vantagem dos cortes especiais é o maior valor agregado. O preço do produto fica entre 12% e 15% acima dos cortes vendidos no mercado interno. “”Mas tudo depende de como está o cenário econômico. Tem época que você perde dinheiro produzindo os cortes especiais””, argumenta Trevizoli.

A empresa também atende com cortes específicos outras regiões. O Japão, por exemplo, compra o kakugiri (coxa e sobrecoxa desossadas e cortadas em cubos), bastante utilizado em restaurantes, mas também comercializado nos supermercados; e o meio da asa com corte na transversal. Já Hong Kong e China consomem, entre outros cortes, a ponta da asa e o pé de frango.

Segundo o gerente de exportação, a empresa maringaense – que hoje já atende alguns países do Leste Europeu – busca habilitação junto ao governo federal para exportar para a Rússia, com planos de entrar também na Comunidade Europeia, onde há grande demanda por cortes especiais. “”Só com peito, há entre 40 e 50 tipos de cortes””, destaca.