Moscas varejeiras podem ser portadoras do vírus da influenza aviária, afirmou recentemente uma equipe de pesquisa japonesa, enquanto o país lida com infecções que levaram a extensos abates de aves e aumento nos preços dos alimentos.
Com novos surtos relatados no final do ano passado após grandes abates na temporada anterior, a equipe de pesquisa liderada por Ryosuke Fujita, professor associado na Escola de Pós-Graduação em Bio-Recursos e Bioambiente da Universidade de Kyushu, está instando as granjas de frangos a usar redes à prova de insetos para conter a propagação do vírus.
Em dezembro de 2022, a equipe analisou cerca de 650 amostras de moscas varejeiras coletadas em cerca de 30 locais na cidade de Izumi, na prefeitura de Kagoshima, sudoeste do Japão, onde casos de gripe aviária foram confirmados, e encontrou vestígios do vírus da influenza aviária em até cerca de 15 por cento do sistema digestivo das moscas.
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Os pesquisadores acreditam que as moscas podem estar pegando o vírus a partir dos cadáveres e excrementos de aves infectadas, tornando-se assim portadoras do patógeno.
Calliphora nigribarbis, mais conhecidas como moscas varejeiras, são encontradas em todo o Japão. Durante o período de postura de ovos no inverno, as moscas buscam excrementos de pássaros e carcaças de animais em busca de nutrientes.
As moscas varejeiras têm cerca de 1,5 a 2 centímetros de comprimento e tendem a se deslocar dentro de uma faixa de 1 a 2 quilômetros por dia. Embora frequentemente encontradas ao redor de galinheiros, esses insetos geralmente se escondem da vista.
Durante a temporada anterior de gripe aviária, que começou no final de 2022, o Japão realizou o maior abate de aves de sua história, elevando o custo de ovos e outros produtos avícolas.
Em parte devido à gripe, uma embalagem com 10 ovos em novembro de 2023 foi vendida a uma média de 248 ienes (US$ 1,75), em comparação com 137 ienes em janeiro de 2020, de acordo com informações de ponto de venda analisadas pela empresa de informações True Data Inc.
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A partir de novembro, surtos foram confirmados nas prefeituras do sudoeste do Japão, Saga e Kagoshima, assim como nas prefeituras de Ibaraki, Saitama e Gunma, no leste do país. Até o final de dezembro, cerca de 80 aves selvagens foram infectadas pelo vírus em todo o país.
As medidas atuais tomadas pela indústria avícola para prevenir surtos de gripe aviária envolvem o uso de redes e armadilhas de animais para impedir que aves selvagens e outros pequenos animais entrem nas instalações de criação de aves, além de procedimentos de desinfecção para trabalhadores e veículos.
Fujita pediu a expansão de medidas preventivas, como o aumento do uso de redes contra insetos, afirmando: “Tomando medidas contra moscas, poderíamos reduzir o risco de infecções.”
Fonte: Mainichi.jp
