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Internacional

Mudança na indústria alimentícia: empresas abandonam produção em gaiolas, mas falta apoio legislativo no Reino Unido e na UE

Mudança na indústria alimentícia: empresas abandonam produção em gaiolas, mas falta apoio legislativo no Reino Unido e na UE

Um novo relatório da instituição de caridade Compassion in World Farming destaca que mais de 200 empresas no Reino Unido se comprometeram a utilizar ovos de galinhas criadas sem gaiolas. Atualmente, mais de 75% da produção de ovos britânica já segue esse modelo. Apesar dos avanços, cerca de 8 milhões de galinhas ainda permanecem em condições de confinamento, o que levanta a necessidade urgente de ações legislativas.

A instituição pede que o governo do Reino Unido proíba totalmente a criação em gaiolas e forneça suporte para a transição da indústria. Uma pesquisa realizada pela YouGov em 2020 mostrou que 88% da população britânica considera a criação em gaiolas cruel.

No contexto europeu, a organização também apela à Comissão Europeia para que cumpra sua promessa de proibir a criação de animais em gaiolas, em resposta à Iniciativa dos Cidadãos Europeus End the Cage Age, que coletou mais de 1,4 milhão de assinaturas. A Comissão se comprometeu a apresentar propostas legislativas até o final de 2023.

O relatório menciona o compromisso de grandes empresas como Barilla, Carrefour e Kaufland em eliminar o uso de gaiolas. A Barilla, que opera em mais de 100 países, já completou a transição para ovos sem gaiolas em suas linhas de produtos.

Leonardo Mirone, Líder ESG de Cadeias de Fornecimento do Barilla Group, afirmou que a empresa está comprometida com padrões de bem-estar animal, tendo alcançado sua meta de eliminação de gaiolas em 2019. Para avançar nesse processo, ele destaca a importância da introdução de legislação pela Comissão Europeia.

Tanto no Reino Unido quanto na UE, as empresas solicitam apoio legislativo para garantir condições equitativas e uma concorrência justa no mercado. A Dra. Tracey Jones, diretora global de Food Business da Compassion in World Farming, enfatizou que cientistas e cidadãos estão clamando por mudanças, e as empresas estão demonstrando que a produção sem gaiolas em larga escala é viável.

Ela concluiu solicitando que tanto a nova Comissão Europeia quanto o governo britânico cumpram suas promessas e estabeleçam prazos claros e suporte para a transição, buscando o fim definitivo da produção em gaiolas.