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El Niño

O Impacto do El Niño no RS: eventos extremos e respostas governamentais

O Impacto do El Niño no RS: eventos extremos e respostas governamentais

O Rio Grande do Sul tem sido cenário de eventos climáticos extremos, marcados por inundações severas e períodos prolongados de seca. Especialistas apontam que a influência do fenômeno El Niño, combinada com mudanças climáticas, tem intensificado esses eventos. Nas últimas semanas, a interação entre um El Niño particularmente forte e uma frente fria vinda da Antártida resultou em chuvas persistentes e intensas no estado.

De acordo com Marcelo Schneider, pesquisador do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a região sempre experimentou uma alternância entre chuvas fortes e secas, mas a frequência e intensidade desses fenômenos têm aumentado. Francisco Aquino, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), reforça que as mudanças climáticas exacerbam os efeitos de sistemas como El Niño e La Niña, tornando o clima mais imprevisível.

Historicamente, o El Niño está associado ao aquecimento das águas do Pacífico Equatorial, o que tende a aumentar as chuvas no sul do Brasil, enquanto a La Niña, caracterizada pelo resfriamento dessas águas, reduz as precipitações. Até meados de 2023, o estado enfrentou uma estiagem prolongada, atribuída a um ciclo extenso de La Niña. A seca teve impactos significativos na agricultura do estado, afetando diretamente seu Produto Interno Bruto (PIB), que diminuiu de 6,53% em 2019 para 5,90% em 2023.

Em resposta, o governo federal considerou medidas como a instalação de cisternas, semelhantes às implementadas no Nordeste. Além disso, planos de adaptação estão sendo desenvolvidos em 15 áreas, incluindo agricultura, infraestrutura e urbanismo, visando a mitigação dos impactos e a adaptação às mudanças climáticas.

Karina Lima, doutoranda em Climatologia pela UFRGS, observa que ainda não foram concluídos estudos de atribuição específicos para esses eventos, mas é provável que as mudanças climáticas tenham desempenhado um papel significativo na intensificação dos mesmos. Ana de Toni, secretária de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente (MMA), enfatiza a urgência da adaptação ao novo cenário climático, destacando que a inação tem um custo elevado.

Com essas medidas, o Brasil busca enfrentar uma realidade onde os eventos extremos são cada vez mais frequentes e intensos, necessitando uma resposta ágil e eficaz tanto em termos de adaptação quanto de mitigação.

Fonte: CNN Brasil