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Internacional

Setor avícola da UE pede maior proteção diante de acordos comerciais e competição global

Setor avícola da UE pede maior proteção diante de acordos comerciais e competição global

4o

A Associação de Processadores e Comércio de Aves da União Europeia (AVEC) destacou a urgência de uma abordagem europeia mais forte para o comércio e a segurança alimentar, em meio às negociações de adesão da Ucrânia e o acordo do Mercosul. Durante a conferência “A importância do comércio em um mundo em mudança”, realizada em Bruges, Bélgica, especialistas abordaram as crescentes complexidades do comércio global que afetam o setor avícola europeu.

A União Europeia é um dos maiores produtores de carne de aves do mundo, com o setor empregando cerca de 300.000 pessoas e produzindo 13,4 milhões de toneladas anualmente. No entanto, o setor enfrenta desafios comerciais significativos. A UE possui uma taxa de autossuficiência superior a 110% e mantém uma balança comercial positiva no setor desde 2001. As exportações são focadas em produtos como asas, pernas e vísceras, onde há maior competitividade global e menor demanda doméstica.

As importações, principalmente destinadas a serviços de alimentação e processadores, voltaram a crescer após a pandemia de Covid-19. As medidas comerciais autônomas concedidas à Ucrânia, com isenção de cotas e impostos até junho de 2025, resultaram em um aumento significativo nas importações de carne de aves. As projeções indicam que as importações continuarão a crescer até 2035, atingindo 910.000 toneladas.

O setor enfrenta desafios adicionais, como epidemias, o Brexit, aumento dos preços de energia e insumos, além de concorrência com produtos importados mais baratos. As rigorosas normas ambientais e de produção da UE também elevam os custos, agravando a desvantagem competitiva dos produtores europeus.

Gert Jan Oplaat, presidente da AVEC, ressaltou a importância estratégica da produção agrícola no contexto geopolítico atual, destacando a necessidade de garantir a resiliência do setor avícola para manter a autossuficiência alimentar da UE. O professor Rob de Wijk, da Universidade de Leiden, também alertou sobre os riscos que o protecionismo e a guerra econômica representam para o sistema alimentar global.

A AVEC reforça o compromisso do setor avícola europeu com uma produção sustentável e de alta qualidade, mas alerta que a falta de reciprocidade nos acordos comerciais e a ausência de rotulagem clara de origem dificultam a concorrência com mercados externos. A associação pede uma ação coordenada da UE para proteger o setor e garantir sua competitividade global.

O apelo da AVEC ocorre em meio à revisão das políticas comerciais da UE, que deve se alinhar com os altos padrões europeus e reforçar a liderança da União na produção sustentável de alimentos.