Um estudo conjunto ente a Universidade de Alberta no Canadá e a Universidade de Bonn na Alemanha investigou os fatores que influenciam a disposição dos consumidores em consumir produtos animais que tenham sido tratados com antibióticos, sua disposição em pagar por uma redução no uso de antibióticos e sua vontade em considerar o bem-estar animal em um contexto de uma produção livre de antibióticos.
Os resultados, de acordo com a colunista do Poultry World, Rosie Burgin, revelaram uma conexão entre a preocupação no tratamento desses animais e a crença destes participantes de que os antibióticos não devem ser usados na produção animal, o que sugere que o público não esta consciente da repercussão negativa que a proibição de antibióticos nestas produções pode ter sobre o bem-estar do animal.
O estudo, baseado em uma pesquisa online feita na Alemanha e no Canadá, produzida em outubro de 2016, também explorou os fatores que influenciam o comportamento dos consumidores, incluindo a consciência de questões como a resistência de antibióticos, a experiência pessoal com antibióticos e o conhecimento do uso destes medicamentos em uma produção pecuária.
Os pesquisadores sugeriram que analises mais profundas seriam necessárias para identificar exatamente o que esta levando às preocupações sobre como os animais estão sendo tratados e o desejo do público por um menor uso de antibióticos em produções.
Legislação atual no uso de antibióticos
Os dois países tem abordagens diferentes quanto ao uso de antibióticos em sua produção. No Canadá, antibióticos são usados em produções pecuárias para o crescimento, prevenção e tratamento de doenças. O país também enfrenta um aumento na pressão para uma produção livre de antimicrobianos.
Na Alemanha, o uso de antibióticos é mais limitado, considerando a proibição de medicamentos no crescimento animal na União Europeia que foi implantada em 2006. A consideração para novas restrições terapêuticas para o uso de antibióticos está sendo discutida em nível nacional.
Para dar base ao estudo, os dados foram coletados de cerca de 500 entrevistados em cada um dos países. A pesquisa continha questões sobre o conhecimento e atitudes de cada indivíduo perante o uso de antibióticos, assim como o comportamento no momento de consumir carne.
Os resultados mostraram que 44% dos entrevistados no Canadá estavam dispostos a consumir carne que tivesse sido produzida a partir de animais que ingeriram antibióticos, e que somente 27% estavam dispostos ao mesmo consumo na Alemanha.
Depois de analisar os resultados, os pesquisadores concluíram que “uma quantidade grande de pessoas esta consumindo produtos animais com antibióticos, mas o público pode não saber disso. A partir das respostas fornecidas, parece que o nível de compreensão de como os antibióticos são usados não é particularmente alto. Além disso, as pessoas podem sugerir (através de suas respostas) que “desejam” não comer carne de animais com antibióticos”.
Consumidores dispostos a pagar o preço dos antibióticos
Canadenses se mostram mais conservadores que os alemães, com relação à disposição para pagar pelos produtos de animais tratados com 60% menos de antibióticos. Cerca de 9% dos participantes alemães revelaram estar dispostos a pagar um valor mais caro para a produção. Enquanto que os números dos participantes canadenses chegam a 15%. Com informações Poultry World.