As mudanças no mercado mundial aciona o botão de alerta na suinocultura nacional. O Brasil, como quarto maior produtor e exportador do mundo, não pode ficar para trás e precisa se manter competitivo em um mercado cada vez mais voraz. Para isso, a constante atualização é o que faz a diferença, sendo fator decisivo para se manter neste mercado. Os novos rumos da suinocultura frente a um cenário de transformação será o tema de debate do XVII Seminário Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (SNDS), evento que irá reunir a cadeia suinícola entre os dias 28 e 30 de junho, no Tauá Hotel, em Atibaia (SP).
De uma maneira geral, o suinocultor e as empresas do setor precisam estar antenadas às principais tendências e exigências dos consumidores. “Nisso, o Brasil, como um importante player não pode estar alheio ao que acontece no mundo. Por isso, nos seminário é possível apresentar essas novas tendências para que o produtor possa se enxergar nesse contexto mundial e visualizar propostas que se adequem a realidade brasileira, mas também contemplem esse atendimento ao mundo”, explica Nilo de Sá, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS).
Mas, engana-se o produtor que se preocupa apenas com as mudanças no mercado externo. Considerando que cerca de 80-85% da produção nacional é para o consumo interno, o suinocultor também precisa estar sempre atento às mudanças dentro de casa. “Há alguns anos atrás você escolhia o momento que queria comprar o milho, hoje o milho safrinha é vendido com seis meses de antecedência da colheita. Então, essa mudança interna, que não tem relação com a comercialização do produto mas com a compra dos insumos, é fundamental e muitas vezes pode ser decisiva para o produtor se manter na atividade ou não”, sugere o diretor.
Mercado interno em alerta
Se no ano passado o maior gargalo foi o custo dos grãos, agora o cenário mudou e o que se vê é o mercado de suínos em queda, onde o consumo interno não evoluiu conforme o esperado para o período do mês de junho. Em função disso, os compradores restringiram seus pedidos para não acumularem estoques. Além disso, as exportações, que ficaram menores nos primeiros cinco meses de 2017 na comparação com igual período do ano passado, começaram junho em ritmo lento. “E o produtor que, por sua vez, também precisa adequar suas estratégias para se manter na atividade sem grandes perdas. O mercado em geral precisa buscar informação sobre como pode mudar a estratégia do seu negócio para evitar que não ocorra o que ocorreu com a grande maioria em 2016 – isso é um ponto que iremos tratar no XVII SNDS e é um fator decisório na atividade”, ressalta De Sá.
“A gente vê que até o mês de maio, embora o produtor esteja sentindo um pouco mais agora, a remuneração do mercado interno foi superior, mas essa queda só reforça a dependência que temos do mercado interno. Isso vem ao encontro do painel voltado ao marketing”, sugere.
Outro ponto importante que Nilo destaca é a transformação que acompanha as mudanças na produção mundial, a exemplo de bem-estar animal e antibióticos. Isso muda a estratégia do produtor. Todas essas tendências, de médio e longo prazo, interferem em sua decisão sobre a granja. “Se ele for ampliar, por exemplo, que modelo deve seguir?”, questiona apontando que as respostas surgem nos encontros com profissionais que trazem informações e, por sua vez, alternativas para planejar melhor a atividade. “Por isso, os produtores precisam buscar atualizações e acompanhar essas transformações que serão futuras estratégias para o seu negócio”, reforça.