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Abiove vê tendência inédita: convergência entre os preços do biodiesel e do diesel importado

Em função da taxa de câmbio, preços mostram uma tendência nunca vista antes.

Abiove vê tendência inédita: convergência entre os preços do biodiesel e do diesel importado

A compilação das informações de preços praticados nos mercados de biodiesel e diesel mineral, no Brasil, indica uma tendência inédita: preços nominais do biodiesel na usina inferiores aos preços do diesel B à distribuidora, e convergência entre os preços do biodiesel e do diesel importado.

Ao longo de 2013, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP, os preços médios do biodiesel (com PIS/COFINS) caíram 24%, passando de R$ 2,55/litro no bimestre janeiro/fevereiro para R$ 1,94/litro no bimestre julho/agosto. Já em decorrência das recentes desvalorizações do real frente ao dólar, os preços do diesel importado (sem PIS/COFINS) subiram de R$ 1,64/litro em janeiro para R$ 1,76/litro em junho, um acréscimo de 7%. A tendência, no caso dos preços do diesel importado, é de alta, já que em julho o câmbio superou a marca dos R$ 2,25/US$. Os preços do diesel mineral à distribuidora e ao consumidor, em julho, foram semelhantes aos de junho: R$ 2,06/litro e R$ 2,33/litro, respectivamente.

Até o encerramento desta edição, os dados da ANP não mostravam alterações nos volumes produzidos de biodiesel no Brasil. De janeiro a maio de 2013, foram produzidos mais de 1,15 bilhão de litros de biodiesel. As regiões Centro-Oeste e Sul respondem, juntas, por mais de 75% da produção nacional, vindo em seguida as regiões Nordeste e Sudeste.

Já as vendas de diesel B pelas distribuidoras somaram, em maio, 4,95 bilhões de litros, 6,1% mais do que em maio de 2012. No acumulado do ano, foram vendidos aos postos de combustíveis mais de 23 bilhões de litros de diesel B, um acréscimo de 6,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

Matérias-primas

De todo o biodiesel produzido de janeiro a maio, o óleo de soja participou com 73% na elaboração desse biocombustível. Outra matéria-prima importante, o sebo bovino, colaborou com 20% para a produção nacional de biodiesel, enquanto o óleo de algodão e outras matérias-primas responderam pelo restante da produção.

A expectativa é que mais óleo de soja tenha sido utilizado nos meses de junho e julho, em detrimento do sebo bovino e demais matérias-primas. Isto por que: i) a safra recorde de soja e o respectivo processamento tornam o preço do óleo de soja mais competitivo, e; ii) nos meses mais frios, a utilização do sebo bovino para a produção de biodiesel fica limitada, uma vez que o CFPP (Ponto de Entupimento de Filtro a Frio), vinculado a essa matéria-prima, é maior do que aquele encontrado no óleo de soja, desestimulando o uso do sebo.