No início de julho, o parlamento alemão aprovou um projeto de lei que interromperá a última usina a carvão em 2038 e destinará cerca de € 40 bilhões para ajudar as regiões afetadas pela decisão durante a transição. Dessa forma, os legisladores alemães completam a tão aguardada retirada do carvão do país como fonte de energia.
A medida faz parte do programa de “transição para energia alternativa” da Alemanha, com a intenção de substituir os combustíveis fósseis por fontes renováveis para fornecer todas as principais necessidades de energia do país. Diferentemente da França e o Reino Unido, que também somam esforços para a transição energética, a Alemanha acredita que essa transição é dificultada pelo compromisso existente de reduzir a energia nuclear até o final de 2022.
A última mina de carvão preto foi fechada em Bottrop, em dezembro de 2018. No entanto, o país continua importando combustível e desenvolvendo suas próprias reservas de carvão marrom de linhita, que é bastante usada no oeste e leste do país.
A ministra do Meio Ambiente e Segurança Nuclear da Alemanha, Svenja Schulze, enfatizou que os dias de carvão na Alemanha estão contados. “A Alemanha é o primeiro país industrializado a deixar para trás energia nuclear e carvão”, disse.
Para grupos ambientais, como o Greenpeace, o plano não é suficientemente ambicioso. Eles argumentam que a medida não reduzirá as emissões de gases de efeito estufa na Alemanha com rapidez suficiente para atingir os valores de referência estabelecidos pelo acordo climático de Paris.
Financiado pelo estado da Alemanha, o Instituto Estadual Fraunhofer apontou que cerca de 55,7% da eletricidade líquida gerada este ano para o abastecimento público de energia foi obtida de fontes renováveis, incluindo eólica, solar, biomassa e hidrelétrica. O carvão representou quase 20%, seguido pela energia nuclear e gás natural (12% cada).