Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Biocombustível

Biodiesel mais que dobrará na matriz energética brasileira até 2030

Senado debate proposta brasileira de redução de GEEs na COP 21.

Biodiesel mais que dobrará na matriz energética brasileira até 2030

O ministro de Minas e Energia Eduardo Braga afirmou hoje (29/10) que a presença do biodiesel na matriz energética brasileira mais que saltará, de 4,1% no ano passado para 9,8% em 2030, para atingir as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa que o Brasil apresentará na Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP 21, em dezembro deste ano em Paris.

A afirmação foi feita na Audiência Pública na Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas (CMMC) no Senado Federal em Brasília, promovida para debater a proposta brasileira para a Conferência. APROBIO participou da reunião, representada por seu diretor superintendente Julio Cesar Minelli. Os dados apresentados pelo ministro corroboram o atingimento da meta de 18% de participação da bioenergia (biodiesel + etanol) na matriz energética. 

A proposta do país, expressa no documento “pretendida Contribuição Nacionalmente Determinada (intended Nationally Determined Contribution – iNDC na sigla em inglês) para Consecução do Objetivo da Convenção – Quadro das Nações Unidas sobre Mudança no Clima”, coloca: “aumentar a participação de bioenergia sustentável na matriz energética brasileira para aproximadamente 18% até 2030, expandindo o consumo de biocombustíveis, aumentando a oferta de etanol, inclusive por meio do aumento da parcela de biocombustíveis avançados (segunda geração), e aumentando a parcela de biodiesel na mistura do diesel”.

Não será exagero dizer que este documento, está disponível no site da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil, a APROBIO (www.aprobio.com.br) resulta, também, do trabalho da APROBIO para inserir o biodiesel nos debates a ser entabulados pela delegação brasileira em Paris.

No dia 26 de agosto deste ano o Julio Minelli, esteve reunido no Ministério das Relações Exteriores com o embaixador José Antônio Marcondes de Carvalho, subsecretário de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia da pasta. Na audiência, o diretor da APROBIO ponderou sobre a pertinência de o biocombustível ser incluído na pauta do país para a COP 21.
No mesmo dia, Minelli esteve no Ministério do Meio Ambiente, onde foi recebido pelo diretor de Mudanças Climáticas da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, Adriano Santhiago de Oliveira, para tratar do mesmo tema.

Nas duas ocasiões, o diretor da APROBIO entregou ao embaixador e ao diretor o estudo do Instituto Saúde e Sustentabilidade sobre os benefícios ambientais e de saúde com o aumento progressivo do uso de biodiesel em seis capitais e suas respectivas regiões metropolitanas.

Realizado com apoio da APROBIO, o levantamento mostra a redução de internações hospitalares por problemas respiratórios e mortes evitadas por doenças relacionadas à poluição atmosférica, bem como a economia de recursos para os sistemas de saúde pública das cidades.
Além deste levantamento, foi apresentado outro, encomendado pela APROBIO à consultoria ambiental Peterson Solutions. De acordo com este trabalho, o biodiesel emite menos 71,65% de gases de efeito estufa em toda a cadeia de produção, desde a fase agrícola, no cultivo das matérias primas, até a combustão do biocombustível nos motores de ciclo diesel, em comparação à queima de diesel fóssil.

Minelli mencionou ainda o documento “Análise de Emissões de GEEs no Brasil (1970-2013) e suas Implicações para as Políticas Públicas”, onde a organização Observatório do Clima defende o maior uso de biodiesel como ferramenta para “descarbonizar” o setor de transportes. A chamada “descarbonização” das economias foi tema de debates na visita da chanceler alemã Angela Merkel à presidente Dilma Rousseff em Brasília.