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Pesquisa & Desenvolvimento

Cientistas brasileiros produzem biogás com bagaço de maçã

Pesquisadores brasileiros descobrem uma maneira de aproveitar resíduos da produção de suco e cidra para gerar energia limpa<br /> 

Cientistas brasileiros produzem biogás com bagaço de maçã

Aproveitar totalmente os alimentos não é só uma forma de combater a fome: pode ser uma alternativa para criar mais fontes de energia limpa. Foi o que fez um grupo de cientistas brasileiros que descobriram uma maneira de produzir biogás a partir de bagaço de maçã, informa o site CicloVivo. 

O trabalho dos pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e da UFABC (Universidade Federal do ABC) aproveita os restos da fruta descartados pela indústria que processa a maçã para fazer suco, vinagre e cidra.

Em sua pesquisa, eles realizaram um processo de digestão anaeróbia, um processo de degradação desse resíduo por microrganismos anaeróbios (que não precisam de oxigênio) que, ao final, produz biogás —que por sua vez pode ser usado para a geração de energia elétrica ou térmica.

Uma das pesquisadoras, Tânia Forster Carneiro, reforça que essa tecnologia, além de reduzir emissões de gases de efeito estufa —o que combate o aquecimento global—, também transforma o resíduo em adubo orgânico.

Vantagem sobre aterros sanitários

O procedimento é considerado uma destinação ambientalmente mais adequada para resíduos orgânicos sólidos na comparação com os aterros sanitários.

No experimento dos cientistas da Unicamp e da UFABC, houve um rendimento de 36,61 litros de metano por quilo de sólidos removidos. Esse resultado pode gerar 1,92 quilowatt-hora (kWh) de eletricidade e 8,63 megajoules (MJ) de calor por tonelada de bagaço de maçã.

O processo evitou a emissão de gases de efeito estufa nas proporções de 0,14 kg de dióxido de carbono equivalente de eletricidade e 0,48 kg de CO2 equivalente de calor por tonelada de bagaço de maçã.

De acordo com Tânia, a tecnologia de digestão anaeróbia pode ser implementada em indústrias de pequena e média escalas e auxiliar na transição para a economia circular e oferecendo uma melhor destinação para os resíduos de frutas.