A busca por mais fontes alternativas de energia limpa no mundo segue avançando e alguns países, como a Alemanha, Portugal e Brasil, o uso de novas tecnologias está permitindo a mudança rápida na matriz e na política energética.
Depois do salto da geração eólica é chegado o grande momento do biogás e produzido a partir da degradação de materiais orgânicos, apostam os envolvidos com o setor.
Para se ter uma noção mais clara sobre essa possibilidade, a Associação Brasileira de Biogás e Biometano – ABiogás desenvolveu um estudo inédito sobre o desempenho operacional dessa fonte e alinhada com os dados da Empresa de Pesquisa Energética, orgão ligado ao Ministério de Minas e Energia.
O biogás tem capacidade para contribuir com até 12% da geração de energia elétrica do País, o equivalente a 23 bilhões de metros cúbicos ou 37 milhões de megawatts (MW) por ano. O custo também é relevante, entre 30% a 40% menor do que atualmente e pouco mais de um terço da energia gerada pela usina de Itaipu por ano.
Entretanto, o Brasil só utiliza 0,05%, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, o que representa um número tímido na capacidade instalada, 70 MW e produzida no Sul do País, pioneiro no desenvolvimento da tecnologia do biogás já na década de 90 e em pequenas propriedades de suinocultura.
“O biogás está nas pequenas propriedades, na geração distribuída, mas não em grandes blocos como as demais fontes. Embora os diagnósticos no leilões de Reserva, A-3, e também no de energia nova, A-5, mostrem uma tentativa de inserir ainda mais volume de biogás, não é tão simples assim, A geração do biogás fica distante dos grandes blocos de energia e ainda existem barreiras para superar, por exemplo, a da logística”, considerou o presidente da ABiogás, Cícero Bley ao Setor Energético.
Os pequenos produtores, conta Bley, seguem para as chamadas públicas e seria necessário mudar alguns dispositivos para torná-los mais regionais do que convencionais.
“O que se perde de matéria-prima para produzir o biogás é incalculável, resta ver a participação do setor agropecuário no PIB nacional, algo em torno de 40%. Imagine o volume de energia que poderia ser gerado com esse aproveitamento. Vale ressaltar que a fonte de energia elétrica convencional é utilizada para resfriar, irrigar, entre outras utilidades. Numa propriedade essa energia é importada de milhares de quilômetros pelo SIN e subsidiada a um custo muito alto ”, avalia o presidente da ABiogás. Leia na íntegra AQUI