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Biocombustível

Embrapa avalia microrganismos da Argentina na produção de etanol 2G

A ação faz parte de um projeto de pesquisa executado em conjunto com o Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) do país vizinho.

Embrapa avalia microrganismos da Argentina na produção de etanol 2G

Enzimas provenientes de microrganismos isolados na Argentina serão testadas pela Embrapa Agroenergia no desenvolvimento do processo de produção de etanol celulósico (2ª geração – 2G). A ação faz parte de um projeto de pesquisa executado em conjunto com o Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) do país vizinho.

Os microrganismos identificados pelo órgão de pesquisa argentino produzem celulases, enzimas capazes de degradar a celulose de materiais como o bagaço de cana-de-açúcar e o capim, liberando açúcares mais simples para fermentação a etanol. Esse processo é chamado de hidrólise enzimática.
Segundo a pesquisadora da Embrapa Agroenergia Thaís Salum, que coordena os trabalhos no Brasil, o custo das enzimas utilizadas nessa etapa de fabricação é o principal entrave para a viabilidade econômica do etanol 2G. “O projeto pretende, justamente, encontrar microrganismos mais eficientes na produção das celulases, de modo a baratear o custo de produção”, explica Thaís.
O INTA está buscando espécies produtoras de celulases em florestas nativas e plantadas da Argentina. Além da prospecção de microrganismos, o Instituto está utilizando  a metagenômica, uma metodologia que permite identificar genes de microrganismos que não podem ser cultivados em laboratório –  correspondentes  a cerca de 99% das espécies existentes.  A pesquisadora Paola Talia, coordenadora das ações de pesquisa na Argentina, diz que a abordagem metagenômica está sendo utilizada para a prospecção de genes codificadores de celulases em florestas e também no intestino do inseto conhecido como bicudo do algodoeiro. Os trabalhos naquele país começaram em janeiro deste ano.
O grupo de pesquisa argentino já selecionou alguns microrganismos de bosques nativos da região do Chaco e os enviou à Embrapa Agroenergia, que produzirá as enzimas e as testará na hidrólise de capim-elefante e bagaço de cana-de-açúcar.  Para Thaís, um dos principais desafios é balancear a proporção de diferentes tipos de celulases nos coquetéis enzimáticos a serem utilizados.