Nossa civilização não pode sobreviver sem volumes cada vez maiores de energia, em suas diversas formas. Geração de energia, no entanto, significa uma grande utilização de recursos, seja carvão mineral, petróleo, urânio ou fontes renováveis. No hemisfério norte do planeta – a parte mais industrializada do globo – grande parte da energia é gerada através da queima de combustíveis fósseis, principalmente o carvão mineral e os derivados de petróleo. As grandes quantidades de gás carbônico emitidas pelas termelétricas da Europa, Estados Unidos e da China, contribuem enormemente para o acúmulo dos gases de efeitos estufa em nossa atmosfera.
O Brasil, quando se trata de geração de energia, tem um quadro bastante diferente do resto do mundo. Cerca de 45% da energia consumida no Brasil para transporte, produção de bens e serviços são gerados por recursos renováveis, enquanto que no restante dos países este percentual é de 14%. Para produzir eletricidade, o país se utiliza em até 75% de recursos renováveis, bem acima das demais nações com percentual médio de 13%. Mesmo assim, o país ainda tem um imenso potencial inexplorado de fontes renováveis, podendo aumentar ainda mais sua sustentabilidade.
Nos últimos dez anos o país aumentou a utilização de fontes renováveis não poluentes. Além de continuar investindo na construção de novas usinas hidrelétricas na região amazônica, o governo também passou a organizar leilões para compra de outros tipos de energia renovável, principalmente a eólica.
Notícias Relacionadas
Um tipo de fonte energética ainda pouco explorado no Brasil é a energia do biogás. O gás é resultado da decomposição de substâncias orgânicas pelas bactérias, que em seu processo de digestão liberam o biometano ou biogás. Este, depois de depurado de sua parcela de dióxido de carbono é transformado em metano puro, sendo utilizado como excelente combustível para acionamento de motores. As principais fontes de geração de biogás são os efluentes agroindustriais, os resíduos agrícolas, efluentes domésticos, resíduos orgânicos domésticos, dejetos de animais e resíduos da indústria alimentícia.
Algumas cidades que dispõem de aterros de grande porte, como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, já se utilizam do biogás extraído destes aterros para a geração de energia elétrica. No entanto, para projetos de pequeno porte, são as criações de suínos e aves que fornecem as matérias primas para geração do gás. Em Minas Gerais e no Paraná há projetos que extraem biogás do lodo resultante do tratamento de efluentes domésticos, gerando energia para o acionamento de bombas e outros equipamentos das próprias estações de tratamento. No estado de Santa Catarina funciona uma unidade de produção de biogás a partir de resíduos orgânicos domésticos e da indústria alimentícia. Este gás, depois de filtrado, é vendido para a companhia de gás encanado de Santa Catarina.
A tecnologia para exploração do biogás ainda é importada, vindo principalmente dos Estados Unidos e da Alemanha. Estas empresas estão estabelecendo parcerias com empresas locais, dando início a projetos de geração de energia. Uma entidade nacional que há anos se dedica ao desenvolvimento de projetos de biogás é a Itaipu Binacional, que além de operar a segunda maior hidrelétrica do mundo, também investe em projetos de biogás na bacia do lago de Itaipu.
