Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Energia limpa

Energia solar é nova aposta do segmento de seguros

Ofertas para esse segmento cresce exponencialmente no País

Energia solar é nova aposta do segmento de seguros

A crescente diversificação da matriz energética nacional, com a presença cada vez mais forte da fonte solar e eólica, tem gerado novas oportunidades de negócios para vários setores da economia, como é o caso da área de seguros, que visualizou no segmento de energia elétrica a oportunidade para ampliar e oferecer produtos.

Segundo o corretor e diretor de Comunicação do Sindicato dos Corretores e das Empresas Corretoras de Seguros, de Capitalização, de Previdência Privada e de Resseguros no Estado de Goiás (Sincor-GO), Hailton Neves, há demanda no mercado e a tendência é de crescimento por causa das condições favoráveis à instalação de parques de geração de energia solar fotovoltaica no Brasil e a evolução da legislação específica do setor.

“Todo dia uma seguradora adapta um produto ou cria algo novo, visando atender às demandas do segmento de energia solar. É um ramo de seguro que promete boa rentabilidade, seja para o corretor ou para as companhias seguradoras”, enfatiza.

Ele explica que o mercado já oferece uma gama de produtos voltados para as diferentes etapas de desenvolvimento de um projeto de energia eólica ou solar, que envolvem construção, usina pronta, geração e transmissão, pessoas que trabalham no setor e até contratos de fornecimento. “Geralmente, são projetos de grande envergadura financeira e, por isso, demandam coberturas de seguros que vão desde o início das obras até a maturação e consolidação do projeto”, informa.

Hailton Neves acrescenta que a contratação de apólices de seguros ajuda a evitar possíveis prejuízos com sinistros que são inerentes ao setor. “São inúmeros os tipos de riscos quando se trata de projetos de energia solar e eólica. Podemos citar danos à obra durante a execução, tanto da natureza, erros de execução, roubo quanto rompimento de contratos de fornecimento de transmissão etc. Existem ainda os riscos para funcionários, quebra de equipamentos, perda de receita, seja líquida ou bruta, chuva de granizo, entre outros”.

De acordo com a presidente da Comissão de Riscos Patrimoniais Grandes Riscos da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Thisiani Gisele Matsumura Martins, as primeiras apólices nesse segmento foram emitidas somente em 2014, com os incentivos fiscais para a geração de energia.

“A procura aumenta à medida que o segmento evolui. Os grandes investimentos induzem os empresários a buscarem proteção securitária. Acreditamos que a tendência é de crescimento, tendo em vista que o Brasil tem um déficit de infraestrutura energética e devido, também, à possibilidade de desenvolvimento e alavancagem da economia”, destacou.

A Argo Seguros oferece cobertura de seguros para placas solares, inversores e até estruturas de fixação dos equipamentos. “No seguro de instalação e montagem, também é possível cobrir danos causados a terceiros, erros de projetos, entre outras coberturas disponíveis”, afirmou Daniel Camargo, Underwriter de Consumer Lines da Argo. “Como os equipamentos ficam ao ar livre, os principais riscos estão relacionados as chuvas e ventos, além de riscos de incêndio e quedas de raio. Já na modalidade Riscos de Engenharia, as maiores exposições estão voltadas aos danos para os módulos, durante o processo de instalação”, acrescentou.

Daniel Camargo explica que a Argo Seguros é a primeira seguradora do Brasil a disponibilizar dois produtos exclusivos para o segmento de energia solar. Tratam-se dos seguros de riscos de engenharia para instalações fotovoltaicas e de riscos diversos – equipamentos fotovoltaicos. Lançados em novembro do ano passado, o primeiro é direcionado para os instaladores desses equipamentos, enquanto o seguro de Riscos Diversos é voltado para o proprietário do equipamento, quando instalados em residências, comércios e pequenas indústrias.

“Ainda não é um produto totalmente disseminado em nosso mercado, principalmente por ser algo relativamente novo em nosso País. A Argo, sendo uma seguradora inovadora, estudou o mercado de energia solar e, diante do crescimento exponencial, ano após ano, desenvolveu os dois produtos de seguros focados no segmento de energia solar.”

Segundo ele, a demanda pelos produtos de seguro tem sido maior nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Sobre custos, ele orienta que isso pode variar. “No seguro de Riscos Diversos para os sistemas de energia fotovoltaica, os custos têm uma participação muito pequena no investimento total, algo em torno de 1,5%. No seguro de Instalação e Montagem, que tem como cliente os integradores, também possui custos muito acessíveis se compararmos com outros segmentos de engenharia, porém não temos como dizer exatamente quanto, porque é muito específico”, revela.

O seguro para essas modalidades deve expandir rapidamente, conforme a pesquisa de ‘Energia Solar Fotovoltaica e os Pequenos Negócios no Brasil”, realizada pelo Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS), em parceria com a Absolar e a Fundação Seade. Divulgado em agosto deste ano. Os dados mostram que dos empresários que possuem o sistema fotovoltaico, 83,9% reduziram gastos com energia elétrica e mais da metade (60%) pretende investir mais em energias renováveis, sendo que, desses, 47,5% na fonte solar fotovoltaica.

O estudo foi realizado em 26 estados e o Distrito Federal, com empresários que atuam em diferentes setores produtivos como agropecuária, indústria de transformação, comércio e serviços.