O Programa de Certificação da Bioeletricidade Energia Verde já certificou 83 usinas e concedeu o selo a 12 comercializadoras neste ano.
O Certificado Energia Verde é concedido anualmente às usinas que geram energia elétrica utilizando materiais renováveis derivados da produção de açúcar e etanol, além de cumprirem requisitos de eficiência energética.
O Energia Verde foi o primeiro projeto do mundo focado na produção de energia estritamente a partir da biomassa da cana-de-açúcar.
A iniciativa foi criada em 2015, pela União da Indústria da Cana-de-açúcar (UNICA), em parceria com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (ABRACEEL).
Assim, desde 2019, o Selo Energia Verde pode ser solicitado e concedido, sem custo, a comercializadoras e a consumidores no mercado livre, em qualquer estado da federação, que adquiram energia renovável de unidades produtoras com certificado de bioeletricidade e que atendam aos critérios estabelecidos pelo programa.
O programa foi tema do Podcast Giro Energia, no episódio “Selo verde: os benefícios dos certificados de energia renovável”,.
O evento online teve a participação de Zilmar Souza, gerente de bioeletricidade da UNICA, Marcio de Sant’anna, sócio-diretor da Ecom Energia, e Fernando Lopes, diretor do Instituto Totum.
O Podcast debateu a relevância sustentável dos certificados de energias renováveis, como o Energia Verde, e seu impacto na construção da matriz energética brasileira.
De acordo com Souza, é reconhecido o atributo da bioeletricidade gerar no período seco e crítico do setor elétrico. Mais de 90% da geração ocorre aqui na reunião Centro-Sul por conta da colheita da cana, que vai de abril até novembro, tradicionalmente.
“A nossa geração ano passado foi de 22.400 GWh de excedente para a rede, o que significou poupar o equivalente a 15% da água armazenada na forma de energia nos reservatórios no Sudeste e Centro-Oeste no país”, explica.
Conforme afirma o especialista, no ano passado os reservatórios das hidrelétricas no Sudeste em novembro estavam abaixo de 20%.
“Imagina como estariam sem a geração da biomassa da cana para a rede?”, pergunta ele.
“Desse total da nossa geração, 75% ocorreram quando a bandeira estava vermelha ou amarela, justamente o período crítico do setor elétrico”, complementa.
Souza também destacou que com o RenovaBio o potencial de geração de bioenergia deve aumentar em 52% até 2030.