Principal produtor agrícola da Nigéria, o Estado de Benue está interessado em formalizar um acordo de cooperação com o Paraná nas áreas de agricultura, energia e educação. Uma comitiva do País africano foi recebida nesta quarta-feira (27), no Palácio Iguaçu, pelo vice-governador Darci Piana. Eles buscam inspiração em projetos paranaenses para aumentar a produtividade em Benue, que tem pouco mais de 4,2 milhões de habitantes.
“O primeiro passo será estreitar laços, formalizando essa ideia trazida por eles de nos tornarmos estados-irmãos. Depois disso, podemos colaborar em termos de tecnologia, fazer transferência das nossas potencialidades”, explicou Piana.
Por outro lado, ressaltou o vice-governador, o Paraná pode ter uma porta de entrada importante para ampliar o mercado dentro da África, com a exportação de produtos alimentícios, carnes e derivados. Dados de 2019 apontam para um desiquilíbrio na balança comercial com a Nigéria, com o Paraná importando cerca de US$ 50 milhões contra uma exportação estimada em US$ 10 milhões.
Enquanto vende especialmente alimentos, o Paraná compra derivados do petróleo. “Esse entendimento é importante em busca de maior equilíbrio, aumentando também o Produto Interno Bruto do Paraná”, afirmou Piana.
A comitiva nigeriana foi liderada pelo governador de Benue, Samuel Ioraer Ortom. Ele se mostrou entusiasmado com o desenvolvimento do Paraná. “Estou impressionado com o nível de tecnologia e desenvolvimento do Paraná. Antigamente a diferença entre o Brasil e a Nigéria não era tão grande. Agora a distância cresceu muito”, disse Ortom.
Benue quer levar para a África projetos da Copel relacionados à produção de energias renovável, como biogás. O Paraná inaugurou em julho, com investimento de R$ 17 milhões da Copel, a primeira usina do Brasil de produção de biogás a partir do tratamento dos dejetos de suínos, em Entre Rios do Oeste, na Região Oeste do Estado. A unidade geradora tem capacidade total de 480 KW, transformando por dia 215 toneladas de um agente poluidor em energia limpa.
Giancarlo Rocco, diretor técnico da Invest Paraná, disse ainda que o pacote prevê intercâmbio na área de educação, tecnologia e agricultura, replicando na Nigéria ações elaboradas pelas universidades paranaenses. “Eles querem ajuda para seguir com a base em crescimento. Entendem que o Paraná já fez o dever de casa e agora buscam seguir os mesmos passos”, afirmou.