O Brasil dá passos largos e positivos em relação às fontes renováveis na demanda de energia no país. Com uma elevação de 3,4% em 2018, estas fontes atingiram uma participação de 45,3% na matriz energética do Brasil, superando em 2,3 pontos percentuais o indicador de 2017. Os números são animadores e mostram que a energia solar obteve crescimento da ordem de 298%, ficando, portanto, com a maior taxa de elevação na matriz energética de 2018. A eólica cresceu 14,4%, seguida pela hidráulica, com 4,1% e, na sequência, a bioenergia, com 2,4%. Os indicadores foram elaborados com base nas estatísticas do Balanço Energético Nacional, ciclo 2019, recentemente concluídas pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), em parceria com o Ministério de Minas e Energia (MME) e suas entidades vinculadas.
O documento confirma ainda que, em volume, a expansão das fontes renováveis foi de 4,3 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (tep), ficando a energia hidráulica com 33%. Na matriz de oferta de energia elétrica, as fontes renováveis avançaram 2,8 pontos percentuais na participação, passando de 80,5% em 2017 para 83,3% em 2018. No indicador das renováveis de 2018, a hidráulica ficou com 66,7%, bioenergia (8,5%), eólica (7,6%) e solar (0,5%).
A busca por uma energia limpa e sustentável também está demonstrada nos resultados do Balanço Energético Nacional. Em 2018, o Brasil consumiu 2% da energia mundial (288,4 milhões TEP) e emitiu 410,6 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2), o que significa uma emissão de CO2 39% inferior à média mundial e 36% inferior ao do bloco dos países desenvolvidos. A conclusão é a de que são excelentes as vantagens comparativas do Brasil em relação ao mundo em termos de emissões de partículas pelo uso de energia, consequência de uma matriz energética com alta proporção de energia limpa.
Pela primeira vez o Brasil tem superávit de energia
Outra boa notícia é que, pela primeira vez na história, a produção de energia supera a demanda, gerando superávit de 1,6% da demanda total de energia (4,65 milhões tep), em 2018. A energia equivalente ao superávit de 53% em petróleo, superou a energia equivalente aos déficits de 11% nos derivados de petróleo, de 84% em carvão mineral, de 29% em gás natural e de 6% em energia elétrica.
O balanço demonstra também que, em termos de uso setorial de energia, o consumo industrial teve forte recuo em 2018, de 4,8%, seguido de um recuo de 0,8% em transportes. Tiveram aumentos, o consumo do setor energético (10,3%) – em razão do aumento de 20% na produção de etanol-, o consumo residencial (1,1%), serviços (1%), e agropecuário (0,1%).
Já em termos de consumo de energia por fonte, tiveram recuos: os derivados de petróleo, com -6,1% e a bioenergia sólida (-1,9%) – forte recuo no uso de bagaço de cana para produção de açúcar. Tiveram aumentos: o biodiesel, com 26%; o etanol (13,5%); o gás natural (6,4%); o carvão mineral e derivados (2,2%); e a eletricidade (1,5%).
Em decorrência dos recuos no consumo de energia nos setores industrial e de transportes, a demanda total de energia do Brasil de 2018, aí incluídas as perdas, recuou 1,7% em relação a 2017, contrapondo com um aumento de 1,1% da economia. Uma maior expansão de setores menos intensivos em energia proporcionou a redução de 2,8% na relação entre energia e o PIB, melhorando a eficiência energética da economia como um todo.