Durante o próximo eclipse de 21 de agosto, operadoras de parques solares gigantescos, da Califórnia às Carolinas, cederão participação de mercado às geradoras de gás natural de partida rápida, e também às plantas hidrelétricas e a outras fontes, que preencherão a lacuna quando o céu escurecer. O evento celeste, o primeiro eclipse solar total visível nos 48 estados da parte continental dos EUA desde 1979, proporcionará aos proprietários de turbinas a gás a chance de brilhar, apesar da projeção de que com o tempo o combustível fóssil será substituído pela energia solar e eólica.
O eclipse ocorre em meio a uma transformação da rede elétrica dos EUA na qual recursos flexíveis complementarão a crescente oferta de energia solar e eólica. As instalações solares se multiplicaram por nove de 2012 para cá e até 2040 as fontes renováveis deverão suprir tanta demanda de eletricidade dos EUA quanto o gás, segundo a Bloomberg New Energy Finance.
A “rede elétrica do amanhã” terá que lidar cada vez mais com a oferta flutuante de energia do vento e do sol e ao mesmo tempo incorporar turbinas a gás de partida rápida durante eventos como o próximo eclipse, disse Stephen Berberich, presidente da California ISO, a operadora da rede do estado. As operadoras também usarão novas tecnologias para controlar a demanda quando a Lua bloquear completamente o Sol ao longo de um corredor de 113 quilômetros de largura que se estenderá do Oregon à Carolina do Sul.
Com base em um cálculo da Bloomberg de projeções de rede, a oferta de energia solar poderá cair mais de 9.000 megawatts, total equivalente a aproximadamente nove reatores nucleares.
Para ajudar a manter as luzes acesas, a Operadora do Sistema Independente da Califórnia (Caiso, na sigla em inglês) recorrerá à rede estatal de geradores a gás e represas hidrelétricas para compensar a perda de cerca de 6 gigawatts de produção solar durante três horas. A Duke Energy afirmou que utilizará geradores a gás na Carolina do Norte, o maior estado em produção de energia solar depois da Califórnia, para compensar a queda esperada de 92 por cento na produção, para cerca de 200 megawatts ao longo de 90 minutos.
A North American Electric Reliability Corporation não prevê problemas de confiabilidade porque as operadoras da rede se planejaram durante meses para o eclipse.
“Considerando que o momento e o caminho do eclipse são bem compreendidos e estão bem refletidos nas projeções de geração solar da Caiso e de outras operadoras de rede, o envio ou redução da geração seria gerenciado como parte das operações de rotina”, disse Steve Krum, porta-voz da First Solar, a maior operadora de usinas solares dos EUA.
A AutoGrid Systems afirma que algumas empresas distribuidoras de energia usarão seus sistemas de software para desligar equipamentos desnecessários durante o pico do eclipse e para religá-los lentamente à medida que a energia solar retornar, disse Adam Todorski, diretor de tecnologia de produto da empresa com sede em Palo Alto, Califórnia.