As contribuições da Embrapa Suínos e Aves na área do biogás e biometano foram apresentadas ontem (20/12), durante a reunião do RenovaBio – Biocombustíveis 2030, iniciativa em desenvolvimento no Ministério de Minas e Energia (MME). A reunião ocorreu no MME em Brasília-DF e a ideia foi avançar no diálogo com os setores envolvidos (público e privado) para potencializar o uso de biogás e biometano no Brasil para a diminuição das emissões oriundas de combustíveis fósseis no País.
A Unidade da Embrapa em Concórdia-SC foi representada pelo chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento, Airton Kunz, que mostrou o papel da empresa no avanço do conhecimento, na contribuição para organizar e gerar informações, na estruturação e harmonização das metodologias de laboratórios que trabalham com o biogás e outras contribuições da rede BiogásFert, uma parceria da Embrapa com Itaipu Binacional, e outras instituições. “Também mostramos como está formada e como funciona a cadeia do biogás, com uma visão sistêmica desde a origem dos substratos, a geração do biogás e o tratamento do digestato (o material que resta nos biodigestores), que pode ser transformado em biofertilizante, por exemplo”, disse Kunz, que apresentou dados nacionais das cadeias avícola, suinícola e bovina confinadas. “São informações relevantes e fundamentais para que os investidores tenham segurança nas suas decisões”, continuou.
Tanto o biogás quanto o biometano podem ser obtidos a partir de diversos substratos, como resíduos do agronegócio, resíduos da produção de etanol e resíduos sólidos urbanos. O biogás é o primeiro produto oriundo do aproveitamento energético dessas fontes, enquanto o biometano é o gás resultante da purificação do biogás.
O RenovaBio, que reúne o governo e entidades públicas e privadas, é uma iniciativa que busca ampliar a participação dos combustíveis renováveis de forma compatível com o crescimento do mercado e em harmonia com os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil no âmbito da COP 21, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que aconteceu em Paris no ano passado.
A plenária da COP 21 aprovou o primeiro acordo de extensão global para frear as emissões de gases do efeito estufa e para lidar com os impactos da mudança climática. O documento, chamado de Acordo de Paris, foi ratificado por 195 países. Um dos objetivos é tentar limitar o aquecimento da atmosfera em 2ºC até 2100 em comparação com os níveis pré-industriais.