À frente do estado, ofereceriam maior competitividade ao empreendimento somente Mato Grosso, com 28% e o Rio Grande do Sul, com 31,2%. Na sequência do ranking de competitividade elaborado pelo estudo estariam Minas Gerais, com 18,8% e Goiás, com 5,4%.
Na análise sobre a competitividade da produção do biocombustível de milho, os técnicos da consultoria levaram em conta vários aspectos, como uso da capacidade instalada, preço do etanol no estado, preço do milho, sistemas tributários dos estados, custos de energia térmica, elétrica e de mão de obras, entre outros.
Em relação a Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, o trabalho destaca ainda que a rentabilidade atrativa é impulsionada pela grande oferta de milho, o que pressionaria para baixo as cotações do cereal nestes mercados. Conforme estimativa divulgada nesta terça-feira (11.02), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Mato Grosso do Sul deve produzir na temporada 2013/2014, somando as safras de verão e de inverno (safrinha), 7,317 milhões de toneladas de milho, sendo o quarto maior produtor nacional, e Mato Grosso, 16,987 milhões de toneladas, volume que o coloca como principal produtor brasileiro.
O diretor de Inteligência de Mercado da INTL FCStone no Brasil, Thadeu Silva, um dos autores do estudo, destaca que os os dois fatores com maior impacto sobre a rentabilidade do negócio são o preço do milho e o custo da energia. Portanto, pequenas mudanças nesses fatores já têm impactos significativos sobre o resultado financeiro do empreendimento e podem ser considerados fatores de risco do projeto.
Produção
.
Esse unidade, teria capacidade de produção por tonelada de milho, conforme a consultoria, de 375 litros de etanol, 240 toneladas de DDG, que significa grãos secos por destilação em inglês, e que podem ser utilizados na alimentação animal, além de 18 litros de óleo.
Com essa capacidade, a produção anual seria de 217,5 milhões de litros de etanol, 140 mil toneladas de DDG e 10 mil toneladas de óleo.
Mercado
O estudo da INTL FCStone conclui que, apesar de ainda engatinhar, a produção de etanol de milho no Brasil tem um potencial enorme de crescer, pois conta com vantagens importantes, como a facilidade de estocagem do grão e a penetração em mercados não alcançados pelo biocombustível da cana-de-açúcar.
“Essa alternativa se tona ainda mais factível, pois, nos próximos anos, o cultivo do milho no Brasil deve continuar avançando, a despeito dos produtores estarem desanimados com o contexto atual de preços baixos do grão. Além da absorção de parte do milho produzido, o etanol do cereal contribuiria para desconcentrar a indústria do biocombustível no país, tornando-o inclusive mais competitivo em todo o território nacional”, afirma o analista Pedro Verges.
“Dessa forma, mantendo-se o atual cenário, o investimento na construção de uma planta de etanol de milho no Brasil tem retorno positivo e pode ser considerado um empreendimento viável”, conclui Silva.