Com promessa de gerar R$ 1,2 trilhão em investimentos e economia nos próximos dez anos, a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), instituída pela Lei nº 13.576/2017, iniciou no dia 24, com a promessa de estimular o setor de biocombustíveis com a movimentação financeira dos créditos de descarbonização (CBIOS), feita apenas pelos produtores de biocombustíveis certificados pela ANP.
O biometano possui uma das notas energético-ambiental mais altas, com um grande potencial de emissão de CBIOS, o que vai impulsionar ainda mais o uso do gás em ônibus e veículos pesados. “Temos visto no mercado empresas investindo neste segmento e lançando motores preparados para o biometano (purificação do biogás)”, destaca Gabriel Kropsch, vice-presidente da ABiogás (Associação Brasileira de Biogás).
Segundo Alessandro Gardemann, presidente Associação Brasileira do Biogás (ABiogás), um aspecto importante é que o biometano pode ajudar produtores de etanol e de biodiesel a ficarem com pegadas de carbono melhores. “Se eles deixam de usar o diesel na produção, seja em logística ou em máquinas e equipamentos da produção, substituindo pelo biometano, a análise de ciclo de vida deles será mais positiva, gerando notas mais altas, que atestam a contribuição individual de cada unidade produtora para mitigar uma quantidade de gases do efeito estufa em relação ao substituto fóssil, para posterior certificação pela ANP. Estas notas, por sua vez, vão gerar os CBIOS, emitidos pelos produtores e importadores de biocombustíveis”, ressalta .
Estima-se que, até 2030, sejam negociados 590 milhões de CBIOS, algo em torno de R$ 2,6 bilhões por ano. As projeções também são animadoras para a redução das emissões de carbono, que devem diminuir 10,1% do setor de combustíveis até 2028, segundo o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
A ABiogás está à disposição para entrevistas sobre o RenovaBio e as expectativas econômicas e ambientais para os próximos anos.