Duplicar a participação da bioenergia no consumo global de energia até 2030 é crucial para que as nações desenvolvidas possam atingir as metas estabelecidas no Acordo de Paris. Esta foi uma das conclusões que representantes de 20 países que estiveram reunidos no Brasil, nos dias 23 e 24 de outubro chegaram, durante a realização do Biofuture Summit 2017, em São Paulo.
Segundo Renato Domith Godinho, Chefe da Divisão de Energias Renováveis do Ministério de Relações Exteriores (Itamaraty), que atua como facilitador da Plataforma para o Biofuturo, as discussões durante os dois dias do evento foram essenciais para firmar a bioenergia como alternativa imprescindível para que possamos cumprir os acordos da COP 21.
Ainda de acordo com Godinho, “as grandes conclusões do Biofuture Summit 2017 foram: a bioenergia nos transportes tem que triplicar até 2030; é sim possível fazer isso de forma sustentável; e só alcançaremos esse resultado com políticas públicas apropriadas”.
Neste contexto, segundo analistas e executivos que também participaram do evento, o Brasil caminha para consolidar sua estratégia para poder cumprir os compromissos assumidos no Acordo de Paris. “Podemos dizer que o relatório final da Biofuture Summit 2017, e que será apresentado na Alemanha agora em novembro próximo, vai de encontro com o que estamos defendendo junto ao Governo Federal, que é o RenovaBio, que alçará o Brasil a um outro patamar no cumprimento de nossos compromissos”, destacou o presidente executivo da UDOP, Antonio Cesar Salibe.
“A comunidade internacional, através dos representantes de 20 países na plataforma do Biofuture tem clamado para que o Brasil saia na frente e efetive o RenovaBio, que dará segurança para que o setor possa voltar a investir e crescer a produção de etanol e biodiesel na matriz energética, fazendo a nossa parte contra o aquecimento global”, finalizou Salibe.
Lançado por iniciativa do governo do Brasil, que agora atua como Secretaria provisória, a Plataforma Biofuture tem como estados membros Argentina, Brasil, Canadá, China, Dinamarca, Egito, Finlândia, França, Índia, Indonésia, Itália, Marrocos, Moçambique, Países Baixos, Paraguai, Filipinas, Suécia, Reino Unido, Estados Unidos e Uruguai. A Plataforma visa facilitar o diálogo político e a colaboração entre os países líderes, as organizações, o meio acadêmico e o setor privado, conscientes da necessidade de acelerar o desenvolvimento e expandir a implantação de soluções alternativas de baixa emissão de carbono aos combustíveis fósseis nos transportes, produtos químicos, plásticos e outros setores.