Até 2024, cerca de 1,2 milhão de residências no Brasil devem ser autossuficientes na geração de energia por meio de placas fotovoltaicas, segundo previsão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Atualmente, apenas 4.432 unidades têm essa matriz energética em todo o país.
Em alguns condomínios, a instalação já vem sendo discutida em assembleias de moradores, mas a mudança ainda é desestimulada pelo custo de implantação do equipamento. Na disputa com investimentos em reforma e segurança e reformas, a energia solar fica sempre para depois.
Especialistas apontam a necessidade de subsídio do governo para a aquisição. Com valor em torno de R$ 7,5 mil, uma placa é suficiente para abastecer apenas uma casa de até três cômodos, sem geladeira ou ar-condicionado. Os governos federal e estadual ainda não apresentaram um plano de estímulo ao consumidor. Uma alternativa é a construção de condomínios solares. O investidor compra ou aluga lote e recebe em troca a energia equivalente à produção da concessionária.
“A instalação das placas já foi discutida em um dos condomínios que administro, mas custaria R$ 50 mil. Sabemos que o valor vai ser recuperado, mas as taxas de condomínio sempre são comprometidas com despesas urgentes”, pondera a síndica profissional Eunice Ribeiro. “Há um grande potencial de aproveitamento da energia solar em residências, mas o custo ainda é alto e o poder público tem que buscar meios de viabilizar a aquisição”, sustenta o professor Luiz Antônio Azevedo dos Santos, do curso de engenharia da faculdade Área 1.
O relativo alto custo de investimento inicial de um sistema de captação solar pode desestimular. “O interesse na energia solar é grande, mas a adesão ainda é pouca”, explica o gerente comercial da Satrix, na Bahia e Sergipe, Pablo Miranda. A empresa do Ceará realiza instalação de sistemas de geração de energia a partir de fontes renováveis.
Contudo, alguns empresários e moradores fizeram as contas e optaram pela energia solar. Com o objetivo de reduzir as despesas mensais, a Clínica Oftalmoclin, localizada nos Barris, instalou o sistema composto por placas de captação de luz e conversores de energia elétrica. O espaço, que possui 1,2 mil m² e 102 funcionários, tem uma fatura, aproximadamente, 40% menor do que antes. “A conta era de R$ 9 mil. Agora, pagamos R$ 5 mil”, explica o gerente administrativo Alexandre Guerra, contando que o investimento no sistema foi de R$ 78 mil.