“A cada cinco anos, perdemos um ano todo somente para pagar os custos de logística.” A afirmação é do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, que também é vice-presidente de Finanças da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
“Enquanto os Estados Unidos recebem 95% do valor e a Argentina 94%, o Brasil fica apenas com 78% do valor de venda porque o restante é pago em logística”, disse ele em entrevista para a BBC de Londres sobre os problemas enfrentados no país pelo setor agropecuário.
Ele exemplificou dizendo que o transporte de tonelada de soja produzida nos Estado de Illinois (EUA) e transportada em balsas pelo Rio Mississipi até o Golfo do México custa, em média, 16,18 dólares. No Brasil, um produtor paga, pela mesma distância, em torno de 70 a 80 dólares.
Ele aponta que um dos principais prolemas do Brasil é ter o modal rodoviário como o mais utilizado para o transporte de mercadorias. A solução seria o projeto “Centro-Oeste Competitivo”, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com as federações da indústria e da agricultura e pecuária dos estados da região e do Distrito Federal.
O valor calculado em investimento necessário está em torno de R$ 16,4 bilhões. Engloba a execução de 106 projetos prioritários para ampliar e modernizar a infraestrutura de transportes de Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.