Os analistas de mercado elevaram as estimativas para a inflação em 2014, mas mantiveram suas projeções para a taxa básica de juros neste ano, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central (BC), divulgado ontem.
As projeções são colhidas semanalmente pelo Banco Central com aproximadamente cem instituições financeiras.
A mediana das estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 5,97% para 6,0% em 2014. A revisão ocorre após a divulgação do IPCA em 2013, que subiu 5,91%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com esse aumento, a inflação de 2013 ficou acima da taxa do ano anterior, de 5,84%. Ao longo do ano passado, governo e Banco Central estimaram que o indicador ficaria abaixo daquele nível.
A estimativa para a inflação em 12 meses expressa no boletim Focus cedeu de 6% para 5,99%. Para 2015, a previsão é de um IPCA de 5,50%.
Em relação à Selic, a estimativa para o fim deste ano manteve-se em 10,5%, como no boletim anterior. Atualmente, o juro básico da economia está em 10%. Para 2015, a mediana das estimativas subiu de 11,25% para 11,50%.
Os analistas Top 5 – os que mais acertam as previsões – estão mais pessimistas com a inflação e estimam juros mais altos do que os esperados pelo mercado. A mediana de suas estimativas para o IPCA em 2014 subiu de 5,90% para 6,19%. A projeção para a Selic avançou de 11,0% para 11,25%. Para 2015, esse grupo espera inflação de 5,80% e juros básicos em 11,50%.
Sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), houve aumento das projeções dos analistas para este ano e redução das projeções para 2015.
A mediana das estimativas para 2014 agora aponta crescimento de 1,99% frente a 1,95% na semana anterior. Há quatro semanas, porém, conforme o boletim Focus, a estimativa era de que a economia brasileira tivesse expansão de 2,01% neste ano.
Para 2015, a projeção dos analistas de crescimento do PIB recuou de 2,50% para 2,48%.
Quanto à produção industrial, a estimativa para este ano manteve-se a mesma do relatório anterior, indicando expansão de 2,20%. Os analistas estão mais otimistas quanto ao ano que vem, para quando projetam aumento de 3%.