A ausência do capital especulativo nos fechamentos em Chicago e a baixa participação de players chineses, como consequência das festividades do ano novo lunar, vêm contribuindo para uma grande calmaria nas cotações neste início de ano. aponta o Rabobank. Assim, o contrato março encerrou a segunda semana de fevereiro a USD 3,60/bu, retornando ao mesmo patamar registrado no início o ano.
No mercado interno, porém, após expressiva alta em janeiro, a retração da demanda e o avanço da colheita da safra de verão estabilizaram os preços. Mesmo assim,Rondonópolis (MT) e Londrina (PR) encerraram a primeira quinzena de fevereiro com altas de 29% e 18% no período, fechando a 29 e 32 R$/saca, respectivamente.
Segundo o Rabobank, apesar de terem se estabilizado, “vale notar queos preços domésticos seguem elevados e indicam um descolamento importante com o mercado internacional – até 25% acima da paridade”. Assim, enquanto preocupações climáticas e o elevado nível de exportações do cereal brasileiro mantem os preços aquecidos no mercado interno, eventuais aumentos dos estoques locais poderiam desencadear forte processo de retração no mercado.
Com a conclusão da colheita sul-americana e o avanço do plantio da segunda safra, mercado deverá voltar sua atenção aos EUA, maior produtor e exportador mundial do cereal. A este respeito, o relatório do USDA “Intenções de Plantio”, aguardado para o dia 31/março, indubitavelmente será principal referência do setor.
De qualquer maneira, valendo-se do contrato novembro para soja a USD 8,86/bu e o dezembro para milho a USD 383/bu temos relação de 2,2 entre as commodities. Isso nos sinaliza – de forma bem incipiente – que alguns sojicultores americanos poderão estar propensos a migrar para a cultura de milho este ano. Segundo nossas projeções iniciais, a expansão da área de milho seria próxima 2,4%. Neste caso, a produção americana ficaria em 353 milhões de toneladas.