Nesta quinta-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizou os Leilões de Energia Nova A-3/2021 e A-4/2021, os primeiros desse modelo desde o começo da pandemia. Ao total, 51 projetos de energia renovável foram contratados por 4 bilhões de reais. O líder nesse setor, Ceará, ficou de fora dos 984.7 MW de potência contratada nos leilões. Apesar da falta de projetos, alguns especialistas afirmam que o estado se mantem em uma posição de grande destaque.
Secretário executivo de energia se pronuncia
De acordo com Adão Linhares, secretário executivo de energia da Secretaria da Infraestrutura do Ceará (Seinfra), já havia um portfólio com mais de 50 GW de energia prontos para irem a leilão. Devido à baixa na capacidade de contratação das distribuidoras, venceram os projetos que previam apenas a extensão de usinas existentes.
Segundo Linhares, devido à proximidade de já haver conexões, fica mais barato do que fazer um projeto novo. Sendo assim, venceram aqueles que fizeram um aproveitamento de projetos pré-existentes e com ampliações mais próximas. Por conta disso, a ausência de projetos de energia renovável para o Ceará demonstra que as propostas enviadas eram para usinas novas e com uma capacidade maior de geração de energia.
Energia “de sobra”
O executivo ressalta que a potência concentrada em cada leilão da Aneel foi baixa devido à sobrecontratação das distribuidoras, isto é, há mais energia contratada do que demanda do setor.
Sendo assim, os projetos do Ceará voltarão a brilhar quando as distribuidoras realizarem maiores contratações. Segundo o secretário, apesar do país estar em uma crise, as concessionárias estão sobrecontratadas e há um desequilíbrio entre a energia renovável que está sendo gerada e a contratação que foi feita. No papel, os contratos preveem mais energia do que a necessária, entretanto, na prática, essa energia não foi gerada.
Os projetos de cada leilão da Aneel de energia renovável terão contratos com duração de 20 a 30 anos e devem começar a fornecer energia em janeiro de 2024 ou janeiro de 2025.