Associações do setor elétrico estão colaborando com o governo na estruturação da participação da fonte solar no próximo leilão de Reserva. Representantes da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica, da Associação da Indústria de Cogeração de Energia e da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica se reuniram nesta semana na Empresa de Pesquisa Energética para tratar do tema.
Além do prazo de contratação da fonte, as associações estão debatendo com o governo a chamada reconciliação, que no caso da eólica é feita de quatro em quatro anos. “Aqui é verificado se no período a fonte gerou mais ou menos que o esperado e aí é feito um ajuste. Estamos vendo como isso funcionaria para a solar”, explicou. A questão das bandas superior e inferior também estão no centro das discussões. Aqui fica estabelecido o percentual acima do qual o empreendimento recebe pela geração e qual o percentual mínimo que precisa ser gerado para não haver penalização. “Tudo isso estamos analisando junto com a consultoria”, disse Vianna.
Essa interação com o governo propicia, na visão do executivo, que o leilão atenda aos requisitos necessários para que os empreendedores tenham uma taxa de retorno que seja motivadora para participação no certame, mas que a licitação também contribua para a modicidade tarifária. O diretor da Empresa de Pesquisa Energética, José Carlos de Miranda, já havia dito à Agência CanalEnergia que poderão participar do certame, além de projetos de energia solar, empreendimentos de resíduos sólidos urbanos e eólicos. Ele contou ainda que o leilão seria dividido por produtos, um para cada fonte, e que o leilão deveria ocorrer no final de agosto ou início de setembro.
“O governo nos disse que nos próximos dias deverá soltar a portaria do leilão e que os projetos terão que ser construídos em três anos”, comentou Vianna. Ele avalia que a separação por produtos, além do preço, é essencial para que haja sucesso na contratação da energia solar, pois ela não consegue competir com a eólica, por exemplo. No entanto, ele analisou que se for comparado o preço da eólica na época do Proinfa com o da solar atualmente, a solar sairá mais barata. “Se atualizarmos o preço da eólica do Proinfa daria em torno de R$ 400/MWh. Na solar estamos falando de um preço abaixo de R$ 250/MWh. E a partir do momento que tivermos um parque fabril no país, há boas possibilidades desse preço cair ao londo do tempo”, completou.