Às vésperas do próximo encontro do G20, que deve ser realizado em Hamburgo, na Alemanha, no começo de julho, cresce a pressão para que as 20 maiores economias do planeta implementem o Acordo de Paris mesmo sem a participação dos Estados Unidos. Depois da coalizão de empresas e governos locais norte-americanos e da declaração dos ministros de meio ambiente do G7, lançada nesta segunda, agora foi a vez de stakeholders da ciência, do mundo empresarial e da sociedade civil lançarem uma plataforma em prol do acordo climático global. Além do Insituto Arapyaú, do Brasil, o grupo reúne pesos-pesados da filantropia global, como Rockefeller Brothers Fund (EUA), Wallace Global Fund (EUA), Shakti Sustainable Energy Foundation (Índia), Tata Trusts (Índia), Avina Foundation (América Latina), FARN (Argentina), SEE Foundation (China), Equipe C (China), Fundação Europeia do Clima (Holanda), Foundation 2 ° – German CEOs for Climate Protection e a Fundação Michael Otto para Proteção Ambiental, entre outros. No total, as fundações representam um capital na faixa de dois dígitos de bilhões em dólares norte-americanos.
Em uma declaração conjunta, divulgada hoje, a aliança criticou a retirada dos EUA do Acordo de Paris como uma decisão “míope e irresponsável”, acrescentando que ele é indispensável para enfrentar a crise climática global. “Os outros 19 membros do G20 devem demonstrar de forma convincente sua vontade de implementar o Acordo de Paris na próxima Cúpula do G20 em Hamburgo”, diz o comunicado. “Chefes de Estado em todo o mundo se manifestaram a favor do Acordo de Paris com força impressionante. Agora é hora de traduzir nossas palavras ambiciosas em ação. Um grande número de empresas, investidores, cientistas, organizações ambientais e de direitos humanos, prefeitos e cidadãos ofereceram apoio para essa iniciativa”, declara Johannes Merck, porta-voz da Fundação F20 e presidente da Fundação alemã Michael Otto para Proteção Ambiental.
A aliança também pediu às 19 principais economias que enviassem Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) revisadas que sejam suficientes para atingir os objetivos climáticos estabelecidos no Acordo de Paris, para criar um mecanismo global sobre preços de carbono e acordar um cronograma concreto para a eliminação progressiva dos subsídios aos combustíveis fósseis. Além disso, o grupo instou o G20 a permitir que os mercados financeiros promovam o desenvolvimento sustentável, promovendo padrões internacionais de relato e divulgação de riscos financeiros ambientais e climáticos.
Esse grupo também criou a F20 Foundations Platform, que reunirá, em 4 de julho, líderes da sociedade civil, negócios, ciência e política em um evento em Hamburgo. O objetivo é demonstrar um forte apoio à agenda global do clima, bem como discutir como aproveitar as oportunidades e benefícios decorrentes de processos transformacionais.
A aliança é composta por grupos de engajamento do G20, como o Business 20, Think Tank 20, Women 20 e Labor 20. Os grupos de engajamento do G20 são organizações internacionais de todos os países do G20 e além. Eles representam o setor empresarial (B20), sociedade civil (C20), sindicatos ( L20), grupos de jovens (Y20), grupos de mulheres (W20) e think tanks (T20). A declaração foi assinada pelos respectivos chefes das forças-tarefa de clima, energia e sustentabilidade dos grupos de engajamento B20, C20, T20 e é apoiada por L20, Y20, W20 e F20.