O Brasil desempenha papel fundamental no mercado mundial de grãos. A crescente influência do País nesse mercado, no entanto, evidenciada pela quebra da safra norte-americana no ano passado, é fortuita. Para se estabelecer como um grande player, o Brasil terá que resolver problemas estruturais internos, como os gargalos de infraestutura e logística por exemplo. “A importância do Brasil como fornecedor de grãos é fundamental. O mundo não pode depender única e exclusivamente dos Estados Unidos. Mas o Brasil ainda é um exportador oportunista. No ano passado, o forte crescimento das exportações brasileiras foi muito mais por conta da quebra da safra norte-americana do que da competitividade do nosso País”, afirma Leonardo Sologuren, diretor da empresa de consultoria Clarivi.
Segundo Sologuren, as deficiências logísticas e de infraestrutura enfrentadas pelo Brasil prejudicam a competitividade das empresas brasileiras e impedem o país de consolidar seu potencial exportador. “Temos um gargalo logístico enorme em todos os sentidos, desde armazenagem, estradas, ferrovias, até os portos. Precisamos tirar uma série de projetos do papel. Precisamos tornar as hidrovias navegáveis, aumentar a malha ferroviária, as linhas rodoviárias, a capacidade de nossos portos”, avalia.
Para Sologuren, embora tenha vocação para a produção de alimentos, dificilmente o Brasil conseguirá firmar-se como grande fornecedor mundial de grãos em curto prazo. “É difícil mudar a infraestrutura de um país da noite para o dia. Esse é um processo demorado, que requer investimentos. Se o Brasil não investir nisso recorrentemente os problemas sempre vão acontecer. E isso pode, inclusive, limitar o crescimento de nossa produção no longo prazo”, afirma Sologuren.
Leonardo Sologuren foi um dos palestrantes do Painel Conjuntural, realizado na manhã de hoje (14/05), na Avesui 2013. Maior evento das cadeias produtivas de aves e suínos da América Latina, a AveSui segue com intensa programação até quinta-feira (16/04).