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Hidrogênio

Bilionário Bill Gates investe no potencial do hidrogênio "geológico"

Investimentos recentes nos Estados Unidos visam tornar o hidrogênio uma fonte de energia livre de carbono, incluindo seu uso em transportes

Bilionário Bill Gates investe  no potencial do hidrogênio "geológico"

Há 37 anos, um incêndio em uma mina de carvão na cidade de Centralia, na Pensilvânia, forçou a família de Tom Darrah a deixar a região. Esse incêndio ainda não foi apagado e continua liberando gases tóxicos, incluindo dióxido de carbono e sulfeto de hidrogênio, tornando Centralia uma cidade fantasma. No entanto, esse trágico acontecimento inspirou a busca por uma forma mais sustentável de energia: o hidrogênio “geológico”.

Tom Darrah, professor de geologia da Universidade Estadual de Ohio, é um dos maiores especialistas mundiais nessa forma de energia renovável. O hidrogênio geológico é encontrado em grandes depósitos nas placas tectônicas, onde se mantém em sua forma mais pura. Darrah é cofundador e CTO da Koloma, uma startup que busca extrair hidrogênio de forma eficiente, da mesma forma como se extrai petróleo.

A Koloma, com investimentos de US$ 91 milhões de empresas como o Breakthrough Energy Ventures de Bill Gates, está perfurando seus primeiros poços nos Estados Unidos para coletar amostras de rocha e gás e identificar locais com grande volume e pureza de hidrogênio. Atualmente, o hidrogênio é amplamente utilizado no refino de petróleo, na produção de fertilizantes, produtos químicos e alimentos.

No entanto, os investimentos recentes nos Estados Unidos visam tornar o hidrogênio uma fonte de energia livre de carbono, incluindo seu uso em transportes. O governo americano alocou bilhões de dólares em projetos de hidrogênio limpo, buscando incentivar a produção de hidrogênio “verde” (produzido a partir de água e energia renovável) e “azul” (que utiliza combustíveis fósseis, mas impede a liberação de carbono na atmosfera).

A Koloma aposta no hidrogênio geológico como uma alternativa mais barata e menos consumidora de energia. A empresa acredita que esse tipo de hidrogênio pode qualificar-se para fundos relacionados à infraestrutura e créditos de produção de hidrogênio limpo. Além disso, a extração do hidrogênio geológico também pode resultar na obtenção de hélio, um gás valioso encontrado nos mesmos reservatórios.

A produção comercial de hidrogênio geológico pode estar mais próxima do que se imagina, e a Koloma está posicionada para dominar o setor com seus investimentos, experiência geológica e recrutas especializados. A empresa está cautelosa, aguardando o desenvolvimento do mercado e a crescente demanda por hidrogênio mais limpo.

O hidrogênio geológico é um recurso natural com menos impacto ambiental em comparação com a extração de petróleo. Além disso, sua extração não representa riscos de incêndio ou poluição atmosférica, e seu uso pode proporcionar inúmeras vantagens em relação a outros combustíveis.

Tom Darrah, cuja pesquisa sobre hidrogênio durou 15 anos, acredita que a Terra sempre oferece respostas quando se abre a mente e se está disposto a explorar alternativas. Ele considera o hidrogênio geológico uma escolha sensata, tanto do ponto de vista filosófico quanto ambiental, e sua startup Koloma está pronta para fazer história nesse setor.