“Se a bioeletricidade viesse sendo estimulada nos últimos anos, provavelmente não estaríamos na situação que estamos enfrentando, repleta de incertezas devido aos níveis muito baixos dos reservatórios”. A afirmação é de Elizabeth Farina presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
De acordo com ela, “a maioria dos veículos de comunicação cita o uso de usinas termelétricas para suprir a atual situação de emergência, sem citar que elas são movidas a combustíveis poluentes como o petróleo e o carvão, enquanto uma opção limpa, renovável, abundante e viável permanece pouco estimulada pelo governo”.
Elizabeth lamenta que, apesar de existir como opção energética desde 1987, a bioeletricidade gerada a partir da cana-de-açúcar é uma ilustre desconhecida da maior parte da sociedade brasileira. “Não é por outro motivo que essa importante alternativa energética é o tema de um seminário dentro da Câmara dos Deputados em Brasília,” completou ela ao participar do evento essa semana.
O seminário “1º de abril: dia da verdade sobre a bioeletricidade” teve três painéis com participação de mais de 15 especialistas e representantes de empresas dos setores sucroenergético e elétrico, de diferentes níveis da administração pública, de organizações não governamentais e do legislativo, particularmente deputados da Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético. A Frente é liderada pelo deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP).
“A nova safra de cana está começando agora no Centro-Sul do Brasil, e poderíamos estar oferecendo volumes muito mais significativos de uma eletricidade limpa e renovável. É justamente para tornar isso mais conhecido e explorar formas de alavancar essa opção energética que foi organizado este evento em Brasília. São questões de interesse de todos os brasileiros,” concluiu Elizabeth.