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Emissão de Carbono

BNDES redefine desconto de juros para usinas que reduzem emissões

Banco definiu novas metas para empresas que obtêm empréstimos via programa BNDES RenovaBio

BNDES redefine desconto de juros para usinas que reduzem emissões

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai reduzir em até 0,4 ponto percentual a taxa de juros dos financiamentos para empresas produtoras de biocombustíveis que melhorarem seus indicadores ambientais e emitirem mais créditos de descarbonização (CBIOs).

O BNDES definiu metas de redução da emissão de carbono que as empresas que tomarem empréstimos via Programa de Incentivo à Redução de Emissões de CO2 no Setor de Combustíveis (BNDES RenovaBio) terão que cumprir para ter direito a juros mais baratos.

No novo formato do programa, a meta de redução das emissões das empresas mais eficientes passará de 5% para 2%, e a meta dos clientes que ainda necessitam melhorar seus padrões de emissão subirá para 10%. Para as demais empresas, o percentual de redução permanecerá em 5%.

O corte de juros de até 0,4 ponto percentual valerá para quem comprovar, após o período de carência do empréstimo, ter alcançado suas metas. O desempenho é medido pela melhoria do Fator de Emissão de CBIOs, homologada e divulgada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

“As mudanças propostas buscam reconhecer que os padrões atuais de emissões do setor de biocombustíveis são heterogêneos, sendo necessário pensar em metas compatíveis com a realidade de cada cliente. Esperamos que essa medida amplie o potencial de impacto do programa e possamos acelerar a descarbonização do setor”, destacou o diretor de Crédito Produtivo e Sustentável do BNDES, Bruno Aranha.

A redução dos juros será na taxa inicial da linha, que é formada pela TLP ou por referenciais de custo de mercado, uma taxa de risco de crédito mais a remuneração básica do BNDES, que também cairá, de 1,5% para 1,3% ao ano. O BNDES RenovaBio é uma linha de crédito ESG que oferece R$ 2 bilhões em crédito ao setor de biocombustíveis. O valor mínimo de financiamento é de R$ 20 milhões, com teto de R$ 100 milhões por unidade produtora e limite de R$ 200 milhões por grupo econômico. O prazo de pagamento é de até oito anos, com um de carência.

Lançado no início de 2021, o BNDES RenovaBio teve dez operações aprovadas até agora, que somam aproximadamente R$ 900 milhões em financiamentos. Segundo o banco, as operações aprovadas projetam crescimento médio de 4% da eficiência energético-ambiental. Com isso, as usinas apoiadas terão potencial para emitir 2,2 milhões de CBIOs.

No modelo anterior do programa, empresas que apresentavam melhoria do fator de emissão de CBIOs entre 2% e 3% podiam solicitar redução de 0,1 ponto percentual dos juros iniciais; quem melhorava de 3% a 4% seus indicadores tinha abatimento de 0,2 ponto; para empresas cujo fator de créditos de descarbonização melhorava entre 4% e 5%, o corte era de 0,3 ponto; a partir de melhoria de 5%, os juros podiam cair 0,4 ponto percentual.

Empresas que não melhoravam o patamar de emissões de CBIOs não podiam solicitar alteração nas taxas de juros. Agora, esse escalonamento só tem duas etapas: se o cliente melhorar metade da meta, consegue metade de desconto; se melhorar toda a meta, consegue o desconto total.