As expectativas dos economistas do mercado financeiro para a inflação e para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano voltaram a se deteriorar na semana passada e a previsão para a taxa de câmbio, no fim de 2015, alcançou a barreira dos R$ 4, informou o Banco Central nesta segunda-feira (5) por meio do relatório de mercado, também conhecido como focus. O documento é fruto de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.
A estimativa dos economistas dos bancos é de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche o ano de 2015 em 9,53% – na semana anterior, a taxa esperada era de 9,46%. Se confirmada a estimativa, representará o maior índice em 13 anos, ou seja, desde 2002 – quando somou 12,53%. Essa foi a terceira alta seguida no indicador. O BC informou recentemente que estima um IPCA de 9,5% para este ano.
Segundo economistas, a alta do dólar e, principalmente, dos preços administrados (como telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre outros) pressiona os preços em 2015. Além disso, a inflação de serviços, impulsionada pelos ganhos reais de salários, segue elevada.
Para 2016, os economistas das instituições financeiras elevaram sua expectativa de inflação de 5,87% para 5,94% na última semana. Foi a nona alta seguida do indicador – que continua se distanciando da meta central de 4,5% fixada para o ano que vem.
Pelo sistema que vigora no Brasil, a meta central para 2015 e 2016 é de 4,5%, mas, com o intervalo de tolerância existente, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida. Com isso, a inflação deverá superar o teto do sistema de metas em 2015, algo que não acontece desde 2003.
Produto Interno Bruto
Para o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, os analistas passaram a estimar, na semana passada, uma retração de 2,85%. Foi a décima segunda queda seguida deste indicador. Até então, a expectativa do mercado era de um recuo de 2,8% para o PIB de 2015. Se confirmado, será o pior resultado em 25 anos, ou seja, desde 1990 – quando foi registrada uma queda de 4,35%.
Para 2016, os economistas das instituições financeiras mantiveram a estimativa de uma contração de 1% na economia do país. No início de 2015, a previsão dos economistas era de uma expansão de 1,8% para a economia brasileira no ano que vem.