A 5ª edição da Brazil Wind Power, principal feira que aborda temas relacionados à energia eólica no país, trouxe boas notícias para quem investe e aposta nas fontes de energia limpa e renovável: segundo Maurício Tomalsquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao governo federal, em 10 anos a energia gerada pelo vento responderá por 11% de toda a eletricidade fornecida no Brasil. Atualmente, corresponde a 2% do total. Mas as perspectivas são muito mais ambiciosas: em 8 anos, a meta é aumentar essa porcentagem para 9,22%.
Depois da hídrica, a energia eólica é a fonte que mais vai crescer nos próximos dez anos no Brasil, com um total de 20 GW. A energia eólica atingiu, em agosto, a capacidade instalada de 5 GW, o suficiente para abastecer cerca de 4 milhões de lares brasileiros ou 12 milhões de pessoas, o que corresponde a uma cidade do tamanho de São Paulo. E já gera mais energia que as usinas nucleares, segundo Tomalsquim.
O tema de investimentos também obteve destaque nos debates do Brazil Wind Forum. Um dos palestrantes, Sebastian Herzoy, da consultoria Dewi, defendeu a adoção de métodos simples de gestão para obter um retorno financeiro mais rápido e efetivo. “Comecem adquirindo equipamentos de qualidade e mantenham níveis precisos de medição da intensidade dos ventos”, sugeriu o consultor. A meta de 98% de viabilidade de uma turbina eólica, por exemplo, é razoável, afirmou Herzoy.
Em geral, as unidades geradoras que apresentam baixa produtividade foram instaladas com base em avaliações superestimadas da capacidade local dos ventos, escolha equivocada de equipamentos e falhas no processo de gestão. Evitando isso, o retorno dos investimentos será muito mais rápido e sustentável, garantiu o consultor.