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Biomassa

Borra de café é usada para geração de energia em fábrica de Araras (SP)

Processo com material orgânico já gera 25% da energia usada na empresa. Medida evita emissão de 20,6 mil toneladas de CO2 por ano na atmosfera.

Borra de café é usada para geração de energia em fábrica de Araras (SP)

A borra de café sempre inspirou a criatividade humana. Popularmente, já foi usada para espantar formigas, eliminar odores de geladeiras e adubar plantas. Em Araras (SP), na fábrica da Nestlé, esse material orgânico ganhou uma nova utilidade: é reaproveitado como biomassa para geração de vapor que impulsionará a linha de produção. Atualmente, 25% da energia consumida na fábrica é oriunda desse processo. Segundo a empresa, a medida também evita a emissão de 20,6 mil toneladas por ano de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.

A unidade em Araras é responsável pela produção do café solúvel da marca. A ideia desse tipo de matriz energética sustentável foi criada na Suíça e já é utilizada pela multinacional na maioria das fábricas espalhadas pelo mundo.

De toda borra produzida com a fabricação do café solúvel, 97% são destinadas à geração de vapor. O material é prensado para redução da umidade e, posteriormente, armazenado em um silo. Nele, são misturados cavacos de madeira (lascas, gravetos e pequenos pedaços).

Em seguida, o ‘mix ‘ é enviado para a queima em uma caldeira, onde ocorre a geração de vapor. A energia criada alimenta diversas áreas da companhia. O restante da borra passa por um processo de compostagem e é transformado em fertilizante orgânico.

 
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“Buscar a evolução na eficiência energética em todas as nossas plantas é um desafio que se renova ano a ano, pois acreditamos que é sempre possível fazer mais e melhor”, comentou a vice-presidente de Marketing & Comunicação da Nestlé Brasil, Lilian Miranda.

De acordo com a empresa, o uso da borra de café gera 25% da energia total consumida na fábrica, incluindo a elétrica. A fábrica de Araras consome aproximadamente 40% de toda a energia utilizada pela marca no Brasil. Caso a linha de produção usasse o tradicional gás natural na geração de vapor, seriam emitidos 20.635 toneladas de CO2 por ano no meio ambiente, segundo a companhia.

Biomassa
 O advogado Fábio Augusto Cerqueira Leite, dono de uma empresa que presta consultoria na área ambiental, diz que o uso da biomassa para geração de energia é uma tendência que cresce a cada dia.

“Várias usinas de açúcar e álcool no Brasil já começaram a usar a palha da cana e outros materias orgânicos com o mesmo fim. Elas não são maioria, mas, em geral, representam uma ideia que só aumenta. Em relação à borra, a iniciativa é bem bacana, pois também é um material não poluente, que evita emissão de CO2 na atmosfera e gera economias no processo produtivo”, avaliou.