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Exportação

Brasil deve se manter como 'grande exportador'

Tendência de desvalorização do real em relação ao dólar poderá conferir maior competitividade ao país.

Brasil deve se manter como 'grande exportador'

Em seu relatório sobre as perspectivas agrícolas globais para o período entre 2013 e 2022, a Agência para Agricultura e Alimentação (FAO) da Organização das Nações Unidas e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) projetam um diferencial de inflação entre os Estados Unidos e alguns emergentes, como Brasil, Índia e África do Sul, que desvalorizaria suas moedas em mais de 30% na próxima década.

Com desvalorização tão elevada, o Brasil, grande exportador de vários produtos agrícolas, deve se tornar “um competidor ainda mais formidável”, diz o relatório. Para outras economias, nenhum grande ajuste é projetado na medida em que a inflação seguir sob controle no período.
 
No curto prazo, as duas entidades projetam ajuste nos preços agrícolas, a partir de níveis historicamente altos. No médio prazo, os preços voltam a subir pela combinação de menor crescimento da produção e maior demanda, incluindo para biocombustíveis.

A média de preços reais para 2012-2022 deve ficar acima daquela de 2003-2012 para a maioria das commodities, mas a inflação em geral no custo dos alimentos continua baixa. A projeção é que os preços de carnes, pescado e biocombustíveis aumentem mais do que os de produtos agrícolas primários.

O relatório confirma a projeção de menor expansão da produção, para 1,5% anualmente, comparado a 2,1% na década precedente. Essa tendência reflete os maiores custos de produção, pressões ambientais e outros fatores que vão inibir a oferta em todas as regiões.

Em todo caso, 57% do aumento da produção total ocorrerá nos países em desenvolvimento. O consumo per capita vai expandir mais rapidamente no Leste Europeu, Ásia Central, seguido de América Latina e do resto da Ásia.

O comércio agrícola tambem deve expandir. As economias emergentes vão obter a maior parte desse crescimento, exportando mais grãos, arroz, oleaginosas, açúcar, carne bovina, carne de frango e pescado. A fatia dos países desenvolvidos no comércio continuará a declinar, embora ainda devam ser grandes exportadores de trigo, algodão, carnes suína e de ovelha e lácteos, segundo o relatório.

A produção de oleaginosas pode crescer mais rapidamente que a de cereais, pelos ganhos de rendimento. A produção de açúcar deve aumentar quase 2% ao ano, graças ao Brasil e à Índia. O Brasil continuará a ser o maior exportador do produto, com cerca de 50% do comércio global de açúcar.

O algodão continuará a perder mercado para outras fibras. A produção de etanol pode aumentar 67% nos próximos dez anos. Conforme o relatório, países em desenvolvimento vão representar 80% do crescimento na produção global de carnes, e 74% na produção de leite.

Todas as projeções do relatório vêm acompanhadas de alertas sobre as incertezas e riscos de volatilidade. No ano passado, por exemplo, a seca nos EUA e nos países do ex-império soviético provocaram alta entre 15% e 40% nos preços de várias culturas, e comprometeram as projeções.