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Economia

Brasil perde uma posição em ranking mundial e está em quinto lugar

A Indonésia, que aparecia em sexto lugar no ranking em 2011, desbancou o Brasil.

O Brasil perdeu uma posição entre os países preferidos pelos empresários como destino de Investimento Estrangeiro Direto (IED) para os próximos dois anos, segundo pesquisa da Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Unctad) realizada neste ano com cerca de 600 empresários. Foi a primeira queda do Brasil neste ranking desde o início do levantamento, em 2008.

De acordo com o Relatório Global de Investimentos da entidade, divulgado ontem, o país, que ocupava a quarta posição no ano passado, agora aparece em quinto lugar como destino preferencial para realização de aportes de capital produtivo. A Indonésia, que aparecia em sexto lugar no ranking em 2011, desbancou o Brasil e passou à quarta posição entre os destinos mais atrativos para investimentos. Nas primeiras posições estão China, Estados Unidos e Índia.

Luís Afonso Lima, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), entidade responsável pela divulgação da pesquisa no Brasil, afirmou que embora o país continue a aparecer em posição de destaque entre os destinos mais atrativos para o investimento, os dados acendem uma luz amarela. “No longo prazo, o Brasil começa a perder um pouco o brilho”, afirma ele, que projeta que o investimento estrangeiro para o Brasil em 2012 some US$ 50 bilhões, cerca de 25% a menos do que no ano passado. No mesmo período, o fluxo total de IED no mundo deve alcançar US$ 1,6 trilhão, aumento de 5% em relação ao ano anterior, segundo projeção da Unctad.

Para Afonso Lima, essa queda refletirá a desaceleração da atividade econômica doméstica esperada para este ano, o que freia projetos de empresas que apostavam no Brasil por causa do diferencial de crescimento em relação ao restante do mundo. Além disso, explica, há também o fato de que a Europa, região que mais investe no país, enfrenta uma séria crise e por isso vê diminuída sua capacidade de investimento externo.

Em 2011, o Brasil recebeu forte fluxo de investimentos produtivos, o que levou o país a saltar três posições, para o 5º lugar, entre os países que mais receberam IED no período, de acordo com o relatório da Unctad. O país recebeu no ano passado US$ 66 bilhões em investimentos diretos, aumento de 37% em relação a 2010. Essa elevação superou de longe a média mundial. No mesmo período, o fluxo global de IED somou US$ 1,5 trilhão, crescimento de 16% em relação a 2010, mas ainda inferior em 22% ao volume alcançado em 2007, antes da crise, segundo a Unctad.

A projeção de que o fluxo global de IED neste ano tenha um crescimento menor e chegue a US$ 1,6 trilhão, se explica porque além das incertezas sobre as economias desenvolvidas, o problema agora é também a desaceleração em economias emergentes, que têm sido o alvo prioritário de expansão de multinacionais.

Apesar da crise, os negócios das multinacionais continuam em alta. As filiais estrangeiras empregam 69 milhões de assalariados, registraram US$ 28 trilhões em vendas e US$ 7 trilhões de valor agregado, 9% a mais do que em 2010. Conforme a agência da ONU, as multinacionais têm um volume recorde em tesouraria, mas relutam em expandir os investimentos. “As empresas têm uma tesouraria enorme que pode gerar um boom de investimentos quando a situação econômica global melhorar”, diz James Zhan, diretor da área de investimentos da Unctad. “Podemos pensar que elas têm mais de US$ 500 bilhões de fundos suscetíveis de serem investidos”, diz.