A elevação da taxa de juros, que já subiu 3,25 pontos desde abril, para 10,5%, é apontada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) como uma das principais razões do menor ritmo de crescimento do país. O Fundo reduziu sua previsão para expansão da economia brasileira de 2,5% para 2,3% em 2013 e em 2014. O chefe da divisão de estudos econômicos mundiais do FMI, Thomas Helbling, responsabilizou o impacto da alta dos juros sobre o investimento e gargalos na infraestrutura pela taxa mais modesta.
Helbling, no entanto, destacou a importância da alta dos juros para “ajudar a acalmar” as preocupações despertadas pela proximidade da inflação brasileira do teto da meta. “Deixe-me acrescentar que o BC brasileiro mostrou o seu compromisso no controle à inflação”, interferiu o economista-chefe do Fundo, Olivier Blanchard, que deixara a cargo de Helbling os comentários sobre o Brasil.
Entre os grandes emergentes, o Brasil deixa de ser aquele com as piores perspectivas de crescimento. O Fundo acredita que a Rússia, com problemas relacionados ao investimento, crescerá 2% neste ano e 2,5% em 2015, abaixo dos 2,3% e 2,8% projetados para o Brasil. A expansão brasileira, porém, será muito inferior à estimada para o conjunto dos emer- gentes, de 5,1% em 2014 e 5,4% em 2015.
O Brasil tem posição privilegiada para atrair negócios. Aparece em quarto lugar, só atrás de China, EUA e Alemanha, entre os mercados que os executivos globais consideram mais importantes para a expansão dos negócios nos próximos 12 meses. A pesquisa, feita pela consultoria PricewaterhouseCoopers com 1.344 executivos de 68 países, foi divulgada ontem, pouco antes da abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos. Em 2013, o Brasil estava em terceiro lugar e agora perdeu o posto para a Alemanha. De um ano para outro, aumentou de 18% para 44% o número de executivos que acreditam em melhoria da economia mundial neste ano.