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CBOT: greve perde força e soja cede

Os preços da soja sofreram um forte revés nesta segunda-feira nos futuros de Chicago, devolvendo quase 2% dos bons ganhos obtidos ao longo do mês de fevereiro.

CBOT: greve perde força e soja cede

Embora a realidade peça cautela, o noticiário internacional andou reportando, nesta jornada, o enfraquecimento da greve dos transportadores no Brasil, com perspectiva de retomada do fluxo de escoamento da safra. Isto pesou na formação do preço porque promove certo alívio para os importadores.

Além disto, os volumes de soja inspecionados pelo USDA na última semana ficaram abaixo do esperado, num claro sinal de que a demanda está definitivamente se movendo para a América do Sul, cuja colheita recorde, começando pelo Brasil, irá abastecer o mercado pelos próximos meses. Tudo o que os importadores precisam neste momento é de normalidade no escoamento da produção.

O dólar mais forte (que torna mais caros os produtos denominados nesta moeda) e a acomodação dos preços do petróleo ajudaram a completar o quadro negativo do dia.

Outro ponto é sobre a postura dos investidores, que vêem como nível de venda o patamar de preços atingido nos últimos dias. O quadro de oferta e demanda do momento, aliado a certo elemento psicológico muito forte, mantém os preços confinados entre U$9,50 e U$ 10,50 por bushel.
Fechamentos: maio a U$ 10,1375, perda de 18 cents/bu e julho a 10,1775, queda de 17 cents/bu.

Inspeções – O USDA anunciou ter inspecionado o embarque de 635,2 mil tons de soja na semana passada, ante 978 mil tons da semana anterior. Na mesma semana do ano passado foram 987 mil tons. No acumulado da estação, os embarques somam 41,91 milhões de tons, ante 36,89 milhões de tons do mesmo período da temporada anterior. A meta para embarques até 31 de agosto está estimada em 48,7 milhões de tons.

Colheita – A colheita da safra brasileira de soja chega a 28%, ante 41% da mesma data do ano passado. O atraso é justificado pela lentidão na implantação da safra e pelo excesso de chuvas neste período de colheita. Irregularidades climáticas atingiram diversas regiões ao longo de toda a estação, do plantio à colheita. De qualquer maneira, houve progresso de 11 pontos percentuais no decorrer da semana.

A média dos últimos cinco anos para esta semana é de 32%. Os dados fazem parte do levantamento realizado pela consultoria Safras & Mercado e divulgado às sextas-feiras.

No Mato Grosso, os trabalhos estão terminados em 51% (60% na mesma época do ano passado); no Mato Grosso do Sul, em 40% (69%); em Goiás, em 37% (70%); no Paraná, em 28% (48%); em Minas Gerais, em 21% (52%) e no Rio Grande do Sul, em 1% (0%).

Mercado interno – A taxa de câmbio voltou a subir forte, porém a alta não foi suficiente para compensar as perdas apuradas na Bolsa de Chicago. Este episódio, puramente mercadológico, se somou à paralisação dos transportes e deixou os negócios completamente travados. Indicações de compra no oeste do estado entre R$ 60,00 e R$ 60,50 e nos portos da região, entre R$ 65,50 e 66,50 por saca, dependendo do período de entrega e do prazo de pagamento.