O ministro da Agricultura da China disse que o segundo maior consumidor mundial de milho deve aumentar gradualmente suas importações a fim de atender à crescente demanda, refletindo o desafio que a China enfrenta ao tentar atingir a autossuficiência na produção de alimentos.
A dependência cada vez maior da China nas importações de milho pode gerar uma mudança a longo prazo no comércio mundial de grãos e apoiar os preços internacionais.
As compras chinesas já tiveram um grande impacto sobre os preços do milho. Quando o país comprou um volume recorde em 2011/12, acabou por elevar o preço referência do milho negociado em Chicago a 8 dólares por bushel –mais que o dobro da média da última década.
Qualquer mudança na política de autossuficiência de milho poderia ser o início de um crescimento a longo prazo nas importações, e colocaria o cereal numa posição semelhante à da soja, onde a política foi abandonada. As importações chinesas de soja subiram fortemente na última década e deverão atingir 69 milhões de toneladas em 2013/14, representando mais de 60 por cento do mercado marítimo global.
“Nós iremos gradualmente expandir as importações de milho”, disse o ministro Han Changfu à imprensa oficial, em uma entrevista publicada no website do ministério (www.moa.gov.cn). “O crescimento do consumo de carnes, ovos e laticínios elevou a demanda por grãos para ração… A expansão da indústria do processamento do milho também precisa de mais milho.”
Os comentários de Han contrastam com as palavras contundentes ditas no ano passado, quando o ministro disse que a China deveria continuar autossuficiente em relação ao milho, e que o cereal não iria seguir o caminho da soja.