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Energia

Cogeração por biomassa recebe menos. Por que?

Governo lança plano para pagar R$ 1,4 mil pelo MWh do diesel e R$ 388 pelo MWh da biomassa.

Cogeração por biomassa recebe menos. Por que?

O governo federal lançou plano para adquirir a eletricidade de consumidores livres cativos, como shopping-centers e hospitais, produzida fora do horário de ponta, ou seja antes das 6h e após as 18h.

Esse plano está em Audiência Pública em vigor até o dia 27 de março pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A questão está nos valores que a Aneel propõe pela compra dessa energia fora do horário de ponta. Pelo megawatt-hora (MWh) de quem usa óleo diesel como matéria-prima o governo pretende pagar R$ 1,4 mil. O valor cai para R$ 792,49 no caso do MWh gerado por gás. E cai ainda mais para R$ 388,48 se o MWh for feito por biomassa, como bagaço e palha de cana-de-açúcar.

Os R$ 388,48 refletem o teto do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), estipulado pela Câmara de Comércio de Energia Elétrica (CCEE) do governo.

A maioria dos geradores de grandes consumidores de energia é movida a óleo diesel, daí a oferta considerada mais atraente pela compra do MWh movido por essa matéria-prima.

Mas por que o governo não prioriza a geração por biomassa?

“Esta é uma atitude de desespero do governo, de tentar colocar na rede de imediato o máximo de MW que conseguir e denota-se novamente a não inclinação deste governo em favor da biomassa, que é uma fonte natural de energia renovável que temos no setor e na própria natureza que nos circunda”, diz o engenheiro Humberto Vaz Russi, da Aliança Engenheiros Associados.

“Por outro lado, a fonte de geração a diesel tem um elevado custo operacional, de manutenção e também um passivo ambiental incalculável, coisa que a biomassa cria até crédito de carbono para serem vendidos, que poderá beneficiar a biomassa nos próximos certames de leilões de energia regulados.”

A biomassa, emenda, tem condições técnicas e econômicas de viabilizar os seus empreendimentos, nos prazos de 12 a 24 meses, com energia já disponibilizada na rede, além das unidades que tem potencial até já instalado, “mas que por motivos de falta de incentivo ou de matéria prima, que também tem tido excelentes valores de comercializações no mercado, não estão em operação comercial.”