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E.ON está mais perto de comprar MPX, de Eike Batista

Grupo alemão ampliará concorrência com a GDF Suez, que tem forte presença no país.

E.ON está mais perto de comprar MPX, de Eike Batista

O empresário Eike Batista está para fechar a venda do controle da MPX, braço de energia do grupo EBX. A elétrica é hoje o ativo mais maduro do grupo e deve passar para o comando da alemã E.ON, que já é sócia do brasileiro na companhia.

A E.ON não tem como comprar o controle sozinha, por conta de problemas enfrentados com negócios em seus país. Sua atual estrutura financeira não lhe dá fôlego para consolidar a dívida líquida da MPX, que era em dezembro de R$ 5,4 bilhões.

Por essa razão, busca no Brasil sócios para comprar a fatia de Eike Batista na MPX, formando com eles um novo bloco de controle na empresa. O BNDESPar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e que hoje tem 10,34% da MPX, seria um deles. Nesse formato, a operação deverá disparar o tag along – os acionistas minoritários da empresa deverão poder vender seus papéis ao mesmo valor oferecido a seu controlador, Eike Batista.

O objetivo seria concorrer com uma rival na Europa, a GDF Suez, que tem posição relevante no mercado brasileiro de energia.

Executivos da E.ON estiveram no Rio na semana passada e devem voltar na semana que vem para tornar o negócio oficial. Até a semana passada, o formato negociado previa a venda da fatia de Eike Batista na bolsa, pulverizando o capital da MPX no mercado.

A alemã compraria ações até uma fatia que não lhe configurasse o controle, tornando-se a principal acionista. Eike Batista colocaria quase toda a sua fatia, de 53,47%, à venda e ficaria com perto de 5% apenas. A E.ON subiria sua fatia de 11,7% para um percentual próximo de 34%, desembolsando cerca de R$ 1,2 bilhão. O dinheiro restante viria de outros fundos.

A fatia do empresário brasileiro é grande e equivale a cerca de R$ 3 bilhões, por essa razão, outros fundos foram sondados a participar da operação. A MPX fechou ontem em alta de 4,95% na bolsa, cotada a R$ 10,60.

Eduardo Karrer, presidente da MPX, pode permanecer como principal executivo da companhia, mas toda área técnica e operacional passará a ser controlada pela E.ON. Segundo uma fonte, vários escritórios de advocacia trabalham nesse negócio, que pode ser fechado na semana que vem.

Entre os consultados para entrar nessa operação, além do BNDESpar, estão algumas gestoras de ativos – Dynamo, Gávea e Bradesco teriam concordado em participar com recursos, mas nem todos assinariam o acordo de acionistas.

Depois de concretizada a venda da participação de Eike Batista, está previsto um aumento de capital também bilionário na empresa. O mercado especula se esses fundos teriam se comprometido a comprar fatia de Eike Batista e também a acompanhar o aumento de capital.

Todo esse desenho foi negociado porque a E.ON não queria consolidar em seu balanço uma dívida líquida de R$ 5,4 bilhões que a MPX possui, segundo dados de dezembro passado.

Procurados pelo Valor, EBX, Dynamo, Gávea, Bradesco, E.ON e BNDES preferiram não comentar ou não aceitaram pedidos de entrevista. Se fechada, a operação será inédita para o grupo EBX, já que, pela primeira vez, Eike Batista vai se transformar em minoritário de uma das empresas que ele fundou.

A elétrica se transformaria em uma empresa de capital pulverizado – resta saber se haverá questionamentos dos minoritários sobre eventual prêmio de troca de controle na empresa.

O empresário deverá ficar com algo entre 3% e 6% da companhia, a pedido dos sócios alemães. Atualmente possui 49,67% como pessoa física e mais 3,8% por meio dos fundos Centennial. Em janeiro, conforme as informações divulgadas pela MPX à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o controlador da elétrica realizou operações de transferências de ações dos dias 14, 15, 22 e 30 e sua fatia foi reduzida de 53,91% para 53,47%.