Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Insumos

El Niño pode atrapalhar colheita no Paraná e Mato Grosso

No Sul, expectativa é por tempo seco para as máquinas trabalharem, enquanto no Centro-Oeste o atraso no plantio interfere no calendário.

El Niño pode atrapalhar colheita no Paraná e Mato Grosso

A colheita de soja pode começar ligeiramente atrasada na safra 2015/16 nos dois estados líderes na produção de soja. O motivo dos eventuais contratempos é o fenômeno climático El Niño. No Mato Grosso, as dificuldades foram causadas pela falta de chuvas no início da temporada, enquanto no Paraná o problema é o excesso de precipitações no fim do ciclo.

Mato Grosso e Paraná têm histórico de antecipar o plantio e com sementes de ciclo curto para abrir espaço o milho safrinha. Nas temporadas anteriores, houve registros das primeiras áreas sendo colhidas após o Natal e durante a virada do ano.

De acordo com o relatório do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), 10% das lavouras da região de Francisco Beltrão, no Sudoeste do estado, estão em fase de maturação, a caminho da colheita. No total do Paraná, já há 1% da área em maturação. Na safra passada, nesta mesma época, não havia áreas em maturação.

Com chuvas abundantes, as plantações do Paraná tiveram condições de um bom desenvolvimento. Porém, o tempo seco é essencial no momento da colheita, para garantir a qualidade dos grãos. Segundo o economista Marcelo Garrido, do Deral, os trabalhos podem ser atrasados nas áreas prontas para colheita devido ao excesso de umidade. “Eu creio que a gente tenha o início de colheita em meados de janeiro, mas temos que torcer para a chuva não apertar”, afirmou. “A chuva vai ser bem determinante nesta temporada. É um complicador para a qualidade.”
No Mato Grosso, as primeiras áreas a colher soja estão no Oeste do estado. No dia 8 de janeiro de 2015, data do primeiro levantamento publicado pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) sobre a colheita da safra 2014/15, a região já tinha colhido 5% da área, fato que não deve se repetir esse ano.

“Teve ano que teve colheita (em muitas áreas) perto do Ano Novo. Desta vez, só depois do dia 15 de janeiro”, diz o presidente do Sindicato Rural de Sapezal, principal município produtor do Oeste, José Guarino Fernandes.

Conforme verificou a Expedição Safra Gazeta do Povo, pela passagem pelo estado, algumas áreas do estado tiveram replantio por conta da seca, fator que colabora também com o atraso no início da colheita em muitas regiões.