O Brasil ficou entre os 10 países mais atrativos para investimentos de energias limpas, segundo o relatório Índice de Atratividade das Energias Renováveis por País, elaborado pela consultoria Ernst & Young, que indicou que o país subiu uma posição em relação ao semestre analisado anteriormente. A principal responsável pela ascensão do país no ranking foi a energia eólica, cujo preço alcançou patamares mais baixos (R$ 99,56/MWh) que o do gás natural (R$ 103/MWh) em leilões de energia.
De acordo com o levantamento publicado em novembro de 2011, a China segue na primeira posição como o país mais atrativo para as energias renováveis, seguida pelos Estados Unidos (2º), Alemanha (3º), Índia (4º) e Itália (5º). O Reino Unido, que antes dividia o posto com a Itália, caiu para sexto lugar, seguido pela França (7º), Canadá (8º) e Espanha (9º).
No ranking de energia eólica, o Brasil saltou quatro posições, ficando em décimo na classificação. Durante o terceiro trimestre de 2011, o setor eólico conseguiu garantir acordos de compra de energia para 78 projetos, totalizando 1.979 MW. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a capacidade de energia eólica do Brasil deve crescer 600% até 2014, pulando de cerca de 1 GW em 2010, para 7 GW.
Segundo analistas, a queda no valor da energia eólica, que levou ao aumento no número de projetos do setor, foi decorrente da chegada de equipamentos eólicos chineses com preços competitivos ao Brasil, levando os fornecedores brasileiros a reduzirem seus custos para competir com os produtos chineses.
Apesar do grande progresso dessa fonte renovável, a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) declarou que a pequena margem de retorno dos projetos ainda ameaça o crescimento do setor no país, ficando vulnerável a complicações que podem surgir durante a construção das usinas e dos abalos no mercado.
Para contornar essa questão, a associação afirma que o aperfeiçoamento no licenciamento ambiental e soluções para problemas logísticos são as principais respostas.
Biomassa, PCHs e energia solar – A biomassa também teve projetos desenvolvidos, mas o desempenho do setor caiu devido ao aumento da concorrência da energia eólica. Apenas 11 projetos dessa fonte, totalizando 554 MW ganharam contratos no terceiro trimestre de 2011.
Além do setor eólico, a biomassa também enfrenta a concorrência do gás natural e de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). Ainda não há certeza se em médio e longo prazo a energia produzida pelo setor se tornará mais cara. Assim como a biomassa, as pequenas centrais hidrelétricas não obtiveram muito crescimento no terceiro trimestre, indicando que os projetos do setor não conseguiram competir com os preços baixos apresentados nos leilões. No ranking da energia solar, o país se manteve na 16ª posição, sugerindo que esse setor também não fez grandes progressos no terceiro trimestre.