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Rio Grande do Sul

Energia solar como aliada da agricultura

Redução de 80% no preço do sistema fotovoltaico nos últimos 10 anos estimula produtores a investirem na tecnologia, diminuindo a conta de luz nas propriedades rurais

Energia solar como aliada da agricultura

Desde os primeiros dias do novo ano, o sol assumiu uma função extra na propriedade da família de Nelci Fernandes de Vargas, em Pinhal da Serra, próximo à divisa com Santa Catarina. Com 16 painéis fotovoltaicos instalados sobre a casa, o produtor espera se tornar autossustentável no consumo de energia elétrica nos próximos anos. A intenção é reduzir os custos com eletricidade nos 42 hectares destinados à criação de gado de corte e de ovinos e à produção de soja e milho.

Hoje, a conta de luz para a operação das câmaras frias, resfriadores e outros equipamentos instalados na propriedade chega a R$ 500 mensais. Com o investimento de R$ 37 mil, financiado pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o produtor espera zerar a despesa e ainda gerar excedente para suprir futuros consumos.

“Queremos instalar irrigação na lavoura e a energia solar poderá ajudar”, projeta Vargas, que foi motivado a investir na tecnologia pelo filho Márcio Aurélio Rubert de Vargas, que mora na propriedade e é diretor da Sul Energia, empresa de energia fotovoltaica, que instalou os equipamentos.

Com capacidade para gerar 6 mil quilowatts hora por ano, quantidade superior ao consumo atual da propriedade, a família estima que o sistema de energia fotovoltaica se pagará em cinco anos. O cálculo de retorno do investimento foi feito também pelo produtor Dionel Augusto Funk, de Vale do Sol, no Vale do Rio Pardo. Com produção de fumo, soja e milho em 36 hectares, o produtor aguarda liberação de financiamento do Pronaf para investir em 125 placas fotovoltaicas que poderão gerar 48 mil quilowatts hora por ano. 

A ideia é abastecer as estufas elétricas do forno de fumo e o secador de grãos. Por mês, as despesas com energia elétrica superam R$ 1,6 mil.

O preço da energia disparou. Estamos buscando alternativas para aumentar a eficiência da propriedade”, conta Funk, que contou com apoio da Emater na elaboração do projeto de financiamento de R$ 165 mil, com pagamento em 10 anos.